Estatal planeja mudar sua política para não repetir prejuízos do passado e garantir rentabilidade a acionistas.
A Petrobras anunciou nessa semana que planeja colocar no seu estatuto políticas que possam garantir rentabilidade em suas operações, como a política de preços dos combustíveis. A intenção da estatal é impedir que o governo interfira em valores gerados na petrolífera.
A declaração foi feita durante uma teleconferência com investidores realizada no último dia 11. “Você pode esperar que faremos tudo para blindar as políticas que garantam retorno ou criação de valores aos acionistas e a todos que compram ações da Petrobras”, disse o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro.
Já existe na companhia uma política de preços que impede a venda dos produtos a valores inferiores aos praticados no mercado externo.
A norma interna foi instituída em outubro do ano passado e revista em junho de 2017.
A política foi implantada para evitar que a empresa obtivesse prejuízos quando o combustível é vendido a preços baixos. A regra vigorou durante os governos do PT e, atualmente, é apontada por alguns economistas como um dos fatores para as grandes dívidas da companhia.
Segundo o diretor financeiro, a empresa pretende propor ao conselho de administração novas mudanças no estatuto, com o objetivo de se adequar ao nível 2 da Bolsa de Valores de São Paulo, um ambiente de negociações com maiores exigências em termos de governança corporativa.
“Esta é a meta desta gestão, e tem sido já há algum tempo, por exemplo, adotar práticas e mecanismos que, usando sua expressão, blindam a companhia de intervenções inadequadas que podem reduzir sua rentabilidade”, explicou Ivan Monteiro.
Desde julho, a Petrobras tem lançado mão de medidas de reajuste no valor da gasolina, que até o momento já foi modificado 27 vezes, 13 vezes para baixo e 14 para cima. O objetivo dos reajustes é garantir flexibilidade para que o produto da empresa possa se manter competitivo com combustíveis importados.