Internet das Coisas é aplicada no setor com sistemas integrados que prometem aumentar a eficiência e a segurança de minas. Rio Tinto é uma das que vai adotar tecnologia semelhante.
A Internet das Coisas, temáticas recorrentes nos meios digitais, está chegando à mineração. Chamada de IoT na sigla em inglês (Internet of Things), a expressão tem tomado conta do mercado e sua premissa é a conectividade de todas as coisas em um único sistema.
Em um setor que apresenta perigos de todas as formas, desde rompimentos de barragens à grandes explosões, poder prever acidentes pode ser uma grande mão na roda. É com esse pensamento que empresas de tecnologia e equipamentos têm desenvolvido sistemas que prometem mais segurança por meio da inovação.
Um exemplo é a Bosch, que lançou, em 2017, um projeto chamado “mina conectada”. Segundo a empresa, existe uma grande demanda no mercado por soluções que integrem aumento da produtividade à maior segurança nas plantas de mineração e, dessa maneira, nasceu a mina que, dividida em etapas, é inteiramente integrada.
Uma dessas etapas é a tecnologia Connected Lockout System, que promete reduzir o tempo de bloqueio de energia para processo de manutenção. Com ele, a equipe não precisa se deslocar onde há um bloqueio, o que promove a segurança do operador e agiliza a retomada das operações. Outro exemplo é o sistema Start-Stop, no qual o motor de um caminhão de carga é desligado automaticamente quando está em repouso, economizando combustível.
“Hoje, com um smartphone você consegue praticamente fazer tudo o que precisa do seu dia a dia nele, seja reservar um voo ou uma consulta médica e consultar seu saldo. O nosso grande objetivo é trazer esse mesmo nível de interatividade para as operações industriais. Nós queremos que o gestor, o operador, o supervisor, todos possam ter o processo na mão deles. É uma maneira muito mais otimizada e interativa de se fazer a gestão integrada de todo seu sistema”, explica o gerente de desenvolvimento de novos negócios da Bosch Brasil, Alberto Abdu, em entrevista à Revista Mineração.
A intenção é trazer para todos os membros de operação a responsabilidade que eles têm com o projeto, pela produtividade, pela segurança e pela garantia daquele processo, daquela planta. “O que nós estamos propondo é uma inteligência e otimização tanto de recursos quanto de tempo no processo através de conectividade”, completa o executivo.
Investimento na mina
Seguindo a linha de raciocínio pensada por empresas como a Bosch, a mineradora Rio Tinto está desenvolvendo uma mina inteligente de minério de ferro. A companhia afirma que irá buscar, em 2018, a aprovação do conselho para aplicar US$ 2,2 bilhões em tecnologia de ponta em robótica, trens e caminhões sem pilotos em uma única planta.
De acordo com o diretor de minério de ferro da Rio Tinto, Chris Salisbury, a empresa está desenvolvendo um estudo de viabilidade a mina Koodaideri na região de Pilbara, em Western Austrália.
Segundo o executivo, o projeto faz parte de uma estratégia para produzir minério de ferro com teor variável de acordo com a demanda de cada cliente, para maximizar a extração. Ele afirma ainda que o depósito de Koodaideri produzirá cerca de 40 milhões de toneladas por ano até 2021, mas poderia ser expandido para produzir 70 milhões de toneladas ou até mais.