Decisão permanece pelo menos até o fim das negociações entre países que reivindicam isenção e Estados Unidos.

O presidente Michel Temer afirmou, nesta quarta-feira (21) que o governo norte-americano não vai aplicar sobre o Brasil as sobretaxas de 25% e 10% sobre aço e alumínio, respectivamente, para importações. A cobrança está suspensa pelo menos até o fim das conversas entre os países e os EUA.

“Soube agora de uma declaração da Casa Branca de que o Brasil é um dos países que começarão as negociações, que visam a eventuais exceções das tarifas de importação do aço e alumínio”, afirmou Temer, no discurso de abertura da 47ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

De acordo com informações da Agência Estado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que ontem teve um diálogo com secretários norte-americanos, onde destacou as razões pelas quais o Brasil deveria ser isento das sobretaxas.

“Uma sobretaxa no aço brasileiro vai em certas circunstâncias prejudicar o preço do aço americano, a indústria americana e o consumidor americano”, disse Meirelles, explicando que a indústria dos EUA utiliza aço produzido no Brasil.

Ainda nesta quarta-feira, o representante de Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, afirmou que o país deve iniciar conversas com o Brasil em breve, sobre possíveis isenções para as novas tarifas para importação de aço e alumínio.

Segundo Lighthizer, já começaram os debates com a União Europeia, Argentina e Austrália sobre o mesmo assunto. Os Estados Unidos já garantiram isenções para o Canadá e o México.

Reunião com empresários

Na última terça-feira (20) empresários e representantes do setor siderúrgico nacional se reuniram com Temer pedindo a ele que interceda junto ao governo norte-americano pedindo a isenção das sobretaxas.

De acordo com o presidente do Instituto do Aço, Alexandre Lyra, que representa as empresas produtoras de aço no país, o Brasil não compete com a indústria siderúrgica dos EUA pois o aço brasileiro que chega até lá é reprocessado.

“Apesar de o Brasil ser o segundo maior exportador de aço para os EUA, 80% do que a gente exporta é reprocessado nos Estados Unidos. Não roubamos emprego do metalúrgico americano, fazemos parte da cadeia de fornecimento do aço”, disse Lyra. Ele ainda acrescentou que o Brasil importa US$ 1 bilhão de carvão mineral dos Estados Unidos para fabricação do aço, enquanto exporta para lá US$ 2,4 bilhões de aço.

*Com informações de Agência Brasil, Estadão e Reuters.