Parte da polpa de minério vazada foi despejada no Ribeirão Santo Antônio do Grama. Foto: Defesa Civil de Santo Antônio do Grama/ Divulgação.

Acidente aconteceu no dia 29 de março, a 240 metros do primeiro. Foram despejadas 674 toneladas de polpa de minério.

Um segundo vazamento no sistema Minas-Rio, da Anglo American, em Santo Antônio do Grama (MG) fez a empresa paralisar as atividades do empreendimento novamente. As operações haviam sido retomadas no dia 27 de março, após o primeiro acidente no dia 12, mas precisaram ser interrompidas após constatação de novo vazamento na noite de 29 de março, a 240 metros de distância do primeiro.

De acordo com a mineradora, o vazamento durou de cinco a oito minutos, despejando aproximadamente 647 toneladas de polpa de minério, material composto de 30% de água e 70% de minério, sendo 174 no ribeirão Santo Antônio do Grama e 473 em uma propriedade rural particular.

Segundo a Anglo, o vazamento foi em decorrência de uma trinca na solda longitudinal do processo de fabricação do tubo, motivo provável do primeiro. No entanto, o diagnóstico será confirmado após análises do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Diante do ocorrido, a empresa decidiu paralisar suas operações e realizar uma inspeção minuciosa em todos os 529 quilômetros do mineroduto, avaliando todos os tubos, independentemente de sua origem ou fabricante. O objetivo é garantir a integridade das instalações e a segurança de todos”, informou a mineradora, por meio de nota.

A verificação será por meio de um equipamento chamado PIG Instrumentado, que percorre internamente toda a tubulação fazendo uma varredura de diversos aspectos que compõem os tubos. “A empresa só voltará a operar após a conclusão desse teste minucioso em todos os tubos”, completou.

Avaliação técnica

O Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) percorreu a extensão do ribeirão Santo Antônio do Grama até a foz com o Rio Casca, onde foi constatado depósito de minério em trechos do curso d’água com coloração avermelhada.

Como a captação de água estava sendo feita em outro ponto desde o primeiro rompimento, o abastecimento não foi prejudicado para a população local.

A Semad determinou uma série de medidas ambientais à Anglo como laudo descritivo dos danos provocados em decorrência do acidente, relatório das causas prováveis do acidente do dia 29 de março e sua relação com o evento anterior, entre outras.