Vistoria será feita por empresa independente para verificar segurança do Minas-Rio. Empreendimento deve continuar paralisado até agosto, quando está previsto o fim do trabalho.
A Anglo American iniciou na quarta-feira (23) a inspeção interna dos 529 quilômetros do mineroduto Minas-Rio, que vai de Conceição do Mato Dentro (MG) a São João da Barra (RJ). O empreendimento está com as atividades paralisadas desde o início de abril após dois vazamentos ocorridos nos dias 13 e 29 de março no município de Santo Antônio do Gama (MG).
Conforme nota publicada pela mineradora, serão usadas Ferramentas de Investigação de Dutos, cuja sigla em inglês é PIG, fabricadas sob medida. Elas têm sensores capazes de indicar, com precisão, indícios de amassamentos, corrosão ou fissuras na estrutura.
O processo começa com a passagem dos PIGs de limpeza e continua com variações do equipamento com diferentes objetivos: geométrico, magnético e ultrassom. Os primeiros retiram os resíduos depositados no interior dos tubos e preparam a passagem dos instrumentos de medição e análise.
Em seguida, o PIG geométrico irá medir o interior do mineroduto para identificar possíveis deformidades nos dutos. Depois, o PIG magnético irá detectar se existem corrosões internas ou externas, enquanto o magnético irá buscar trincas na tubulação. As ferramentas serão transportadas na tubulação através de bombeamento de água e a inspeção deve durar até agosto, prazo que a mineradora ficará sem operar – ao contrário dos 90 dias de interrupção inicialmente anunciados.
Ao término dos trabalhos, os dados obtidos serão analisados por empresa independente, gerando gráficos que vão mostrar parâmetros de segurança operacional do mineroduto.
“Essas informações vão ser utilizadas como referência para eventuais medidas a serem tomadas pela empresa e também serão enviadas para os órgãos públicos competentes com o objetivo de embasar a autorização para a volta das atividades da companhia”, informou a empresa, por meio de nota.
Minério retido
A Anglo American também informou que obteve autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Juízo de Rio Casca (MG) para concluir o enchimento e bombeamento de água para retirada da polpa de minério retida no momento da paralisação das operações. O procedimento foi realizado no dia 19 de maio, sem incidentes.