Empresa irá injetar R$ 140 milhões no projeto cujo pedido de licenciamento ambiental já foi protocolado. Expectativa é que licença seja liberada até dezembro.
A Mineração Usiminas (Musa) planeja um novo Sistema de Disposição de Rejeitos em sua unidade localizada em Itatiaiuçu (MG). De acordo com informações divulgadas pela empresa nesta terça-feira (26), o pedido de licenciamento para implantação do projeto foi protocolado junto à Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
A empresa deve investir cerca de R$ 140 milhões na Disposição de Rejeitos Filtrados, que vai aprimorar técnica e ambientalmente a destinação dos rejeitos da produção de minério de ferro. “Uma vez licenciado, será um dos primeiros grandes empreendimentos do gênero no país a utilizar a tecnologia”, informou a Usiminas, por meio de nota.
Como funciona
Pelo novo sistema, os materiais serão enviados para uma planta de filtragem, composta basicamente por processo de espessamento e a filtragem propriamente dita. A água originada no processo irá retornar para a flotação, enquanto a torta de rejeitos filtrados será transferida por meio de uma correia transportadora que formará a pilha intermediária. Desta pilha, os rejeitos filtrados serão transportados por caminhões para uma área de empilhamento a seco, onde o material será espalhado e compactado.
A expectativa é elevar o nível de recirculação de água no processo produtivo, uma vez que não haverá perdas do insumo por infiltração e evaporação, fatores comuns no sistema de disposição de rejeitos em barragem convencional.
Além disso, parte da água que fica retida com o rejeito no reservatório da barragem passará a recircular diretamente para a planta. A expectativa é que o sistema de filtragem aumente a concentração de sólidos no rejeito final dos atuais 45% para aproximadamente 88%.
“Estamos nos antecipando ao que acreditamos ser uma tendência para o futuro da indústria da mineração. A filtragem de rejeitos vem sendo usada com sucesso em operações localizadas em regiões com acesso restrito à água e, agora, conseguimos adaptar com sucesso a técnica à nossa realidade, trazendo ganhos ambientais e mantendo o elevado padrão de segurança que já marca nossa operação”, afirmou o diretor da Musa, Wilfred Theodoor Bruijn.
Outras vantagens
O processo de empilhamento de rejeitos ocupa uma área menor, permitindo mais segurança no processo e possibilitando ações imediatas de controle de impactos. À medida que vai sendo formada, a pilha vai sendo revegetada para fins ambientais e geotécnicos.
“A nova metodologia apresenta ainda maior vida útil da estrutura, eleva os níveis de recuperação de água, bem como oferece maior controle e estabilidade das estruturas de disposição”, disse a empresa.
A companhia espera que o processo de licenciamento seja concluído até dezembro deste ano. Uma vez obtida a licença, a expectativa é começar as obras de imediato e a conclusão deve ser em 12 meses.