No estudo, instituição avaliou toda a cadeia produtiva da empresa na região e confirmou o vazamento.

O Instituto Evandro Chagas (IEC) divulgou, no início da semana, um novo relatório mostrando que os metais tóxicos encontrados no ambiente em concentração maior que a normal na região de Barcarena (PA) tiveram origem nos processos de produção da Hydro.

O parecer reforça as conclusões dos relatórios anteriores, de que houve vazamento na planta da empresa e, como consequência, contaminação ambiental com rejeitos tóxicos. O acidente aconteceu entre os dias 16 e 17 de fevereiro, após chuvas fortes que caíram na região. À época, uma lama vermelha se espalhou para além da área da planta industrial.

O novo estudo do IEC incluiu toda a cadeia de produção da empresa, desde Paragominas (PA), onde é extraído o minério de bauxita, passando pela sua transformação em polpa e pelo transporte através de 400 quilômetros de mineroduto, até a refinaria de alumina em Barcarena.

A nova análise do IEC incluiu toda a cadeia de produção da empresa, desde Paragominas (PA), onde ela extrai o minério de bauxita, passando pela sua transformação em polpa e pelo transporte através de 400 quilômetros de minerodutos, até a refinaria de alumina em Barcarena.

Segundo a análise, os efluentes encontrados no meio ambiente em Barcarena incluíam vestígios de arsênio, chumbo e cádmio. Conforme o Instituto, após serem retirados do solo, tais elementos podem se espalhar pelo ambiente em diversas fases do processo de produção do alumínio

Segundo o relatório, “os dados técnico-científicos evidenciam claramente que o uso do minério bauxita proveniente da província mineral de Paragominas tem como resultado a presença de elementos tóxicos que possuem alta mobilidade e disponibilidade hidrogeoquímica, podendo ser facilmente liberados a partir de processos intempéricos ou etapas de lixiviação.”

Ainda segundo o estudo, “o acúmulo e o lançamento desses efluentes no ambiente sem o devido tratamento podem causar impactos ambientais irreversíveis com danos aos ecossistemas aquáticos e terrestres e também para as populações que residem nessas regiões em áreas próximas a essas atividades minerais.”

Resposta

Por meio de nota, a Hydro mantém que não houve vazamento e diz que irá avaliar o parecer técnico do Instituto Evandro Chagas. “A polpa de bauxita é inerte e, além disso, não tem contato com o meio ambiente durante a operação de bombeamento, pois o mineroduto é totalmente vedado em toda a sua extensão”, informou. “O Plano de Aproveitamento Econômico – PAE da Mineração Paragominas prevê a destinação de rejeitos do processo da mina em suas barragens, conforme requerem a legislação e a Agência Nacional de Mineração (ANM)”, completou.