Grupo criou uma lavanderia onde são lavadas, por dia, 200 peças de roupa dos militares envolvidos na ação.
Um grupo de voluntários da Convenção Batista Mineira (CBM) montou uma lavanderia com 13 máquinas para lavar as fardas dos bombeiros que atuam em Brumadinho (MG), nas buscas por vítimas do rompimento da barragem da mina Corrego do Feijão, da Vale, ocorrido na última sexta-feira (25). A estrutura funciona praticamente o dia todo desde 28 de janeiro.
Os militares trabalham cerca de 12 horas por dia, em muitos casos se arrastando na lama suja de rejeitos de minério. De acordo com o pastor e diretor da CBM, Márcio Santos, o grupo recebe as roupas sujas, higieniza e as entrega limpas para os militares no dia seguinte.
Ele conta que a entidade se apresentou no dia da tragédia com uma equipe de psicólogos, médicos, entre outros voluntários, na intenção de colaborar de alguma forma com a assistência às vítimas. Desde então, o grupo tem atuado em diversas frentes de voluntariado no local da tragédia.
Porém, ao verificar que os militares chegavam com as roupas sujas, eles se ofereceram para lava-las, o que foi aceitado pelo comando das operações. Diariamente cerca de 200 peças de roupa de militares de Minas e de outros Estados são limpas na lavanderia.
“Essa operação é fora do eixo porque, na verdade, eles (militares) estão por conta desse atendimento às vítimas. Nos preocupamos em uma forma com que poderíamos ajuda-los e essa foi uma delas. No diz que recolhemos e fizemos a primeira entrega das roupas limpas, alguns chegaram a chorar emocionados”, lembra Santos.
O secretário nacional de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, esteve no local e elogiou a iniciativa. “São pessoas que dedicam seu tempo para fazer aquilo que precisa ser feito: servir. Parabéns a esses heróis anônimos que muito tem feito pelo nosso país. Os bombeiros precisam ter suas roupas limpas. Eles têm feito um trabalho muito duro e voltar para ele com roupas limpas colabora para o psicológico desses profissionais”, destacou.
Segundo ele, a ação será reproduzida em todo o país. “A partir deste exemplo, a Secretaria Nacional de Defesa Civil vai criar um cadastro de todos os voluntários no país que tem condições de prestar serviços deste tipo, para que possamos acioná-los e credenciá-los para ajudar em todos os desastres no Brasil”, pontuou.