Atualmente a empresa detém 50% da participação global do mercado de óxido de nióbio para outras aplicações.
A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), sediada em Araxá (MG), deu início à venda de óxido de nióbio para bateria. Atualmente, 90% das vendas da CBMM são de ferronióbio para siderurgia e os demais 10% são de óxido de nióbio para aplicações especiais. “O objetivo é atingir a meta de 45 mil toneladas de óxido de nióbio para baterias até 2030, contra 100 toneladas que estão previstas para este ano”, afirmou à Reuters, o vice-presidente da companhia, Ricardo Lima.
Hoje a empresa detém 50% da participação global do mercado de óxido de nióbio para outras aplicações, como para lentes, supercondutores (ressonância magnética), super ligas para indústria aeroespacial, dentre outros. A intenção é ampliar ainda mais sua posição, de olho no mercado de baterias. A empresa prevê que em dez anos esse novo segmento represente 25% do total de suas vendas. “Quando avaliamos o mercado internacional, vemos que existe uma tendência clara para a eletrificação”, afirmou o vice-presidente.
Primeira comercialização feita
De acordo com a empresa, a primeira comercialização do produto para baterias foi concretizada no ano passado. A venda foi para um importante player global de fabricação de cátodo de bateria. Esse cliente, irá fornecer cátodo para a produção de baterias que serão empenhadas em micromobilidade, em produtos como bicicletas, scooters e triciclos. Nesse caso específico, o uso do nióbio tem como objetivo ampliar a durabilidade da bateria, fazendo com que esses produtos se tornem mais competitivos no mercado.
De olho na expansão do mercado de carros elétricos
Além de apostar na venda de nióbio para produção de baterias, a companhia tem uma parceria em curso, desde 2019, com a Toshiba, visando a aplicação do nióbio para acelerar o tempo para a recarga de baterias para carros elétricos.
Estudos estão em desenvolvimento e a expectativa é que produção industrial de baterias possa ser iniciada entre 2022 e 2023.
Produção
Em 2020 a empresa atingiu capacidade para produzir 150 mil toneladas de ferronióbio equivalente, ante 110 mil toneladas em 2019, após investir cerca de R$ 3 bilhões. Esses valores também incluem o óxido de nióbio.
Segundo Ricardo Lima, essa capacidade só deverá ser atingida entre 2024 e 2025, devido a um atraso na demanda global em meio à pandemia de Covid-19. Segundo ele, o volume de vendas da CBMM em 2020 caiu 20% em relação ao ano anterior. “Este (2021) será um ano de recuperação”, disse Lima, que evitou detalhar resultados do ano passado, uma vez que eles ainda não foram concluídos e divulgados.
Em breve, a companhia definirá seu plano de expansão, que deverá ampliar a capacidade para 230 mil toneladas de ferronióbio equivalente. Como a empresa tem parte relevante do mercado internacional, “não pode correr o risco de desabastecer o mercado”, completou o diretor.
Por Reuters / Money Times.