Minério de ferro e a soja responderiam por mais de 30% das exportações totais do país.

As receitas com exportações de minério de ferro do Brasil deverão crescer cerca de 60% em 2021 ante o ano passado, para US$ 41,25 bilhões, com a commodity mineral desbancando a soja da liderança do ranking em geração de divisas ao país após seis anos, avaliou nesta terça-feira (04/05), a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Com a alta do minério, em ano em que a soja também pode fechar com volumes exportados recordes e preços em disparada, o Brasil deve encerrar 2021 com um superávit comercial em máxima histórica de todos os produtos, de quase US$ 80 bilhões, superando uma marca de 2017 (US$ 67 bilhões), disse o presidente-executivo da AEB, José Augusto de Castro, à Reuters.

A análise foi feita após um salto nos preços do minério de ferro, na esteira de uma firme demanda da China, que tem pago prêmios pelo produto de melhor qualidade da Vale, responsável pela maior parte das exportações do país.

“Por enquanto, alterei só preço (do minério de ferro), pode ser que o volume mexa alguma coisa mais adiante”, disse Castro, que realizou uma atualização preliminar nas estimativas.
Em previsão anterior para 2021, divulgada no final do ano passado, a AEB havia indicado que as exportações de minério de ferro atingiriam US$ 35,7 bilhões, com impulso de um aumento de preço de 42%, estimado até aquele momento. Em 2020, os embarques do mineral renderam cerca de US$ 26 bilhões ao país.

Agora os valores estão ainda maiores. No primeiro quadrimestre, os preços do minério embarcado ao exterior pelo Brasil avançaram 77,6%, enquanto a soja subiu 18%, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), refletindo baixos estoques na cadeia e menor oferta sazonal, além da demanda externa.

Um dos maiores exportadores globais de minério de ferro, o Brasil vendeu a commodity em abril por um valor médio de US$ 129,8 por tonelada, ante US$ 67,6 por tonelada no mesmo mês do ano passado, segundo a Secex.

Sozinhos, minério de ferro e a soja responderiam por mais de 30% das exportações totais do país, estimadas pela AEB em US$ 253,6 bilhões, ainda abaixo do recorde registrado em 2011, segundo dados compilados pela associação.

O recorde de 2011, de US$ 256 bilhões da exportação do Brasil, foi registrado em ano em que outras commodities exportadas pelo Brasil, como petróleo e celulose, estavam com valores mais altos, ainda que os volumes fossem menores.

 

Por Reuters.