Nova mina na Austrália Ocidental tem capacidade de produzir 80 Mtpa e faz parte de um complexo com capacidade total de 145 Mtpa.
A BHP Billiton anunciou, nesta quinta (20), o início da produção do projeto South Flank, onde foram investidos US$ 3,6 bilhões, no centro de Pilbara, na Austrália Ocidental. A mina tem produção estimada de 80 milhões de tonelada por ano (Mtpa) e foi construído para substituir a mina Yandi, perto de se esgotar. Segundo a empresa, junto com a Área de Mineração C existente, ela formará o maior centro operacional de minério de ferro do mundo, com expectativa de produzir 145 milhões de toneladas de minério de ferro a cada ano.
As estimativas do complexo australiano ultrapassam a capacidade do maior projeto de minério de ferro da Vale, o S11D, em Canaã dos Carajás (PA), atualmente em 90 Mtpa, apesar da companhia brasileira já ter anunciado, em agosto do ano passado, seu plano de expansão do projeto, com investimentos de US$ 1,5 bilhão, para aumentar a capacidade produtiva para 120 Mtpa em 2024.
Para o presidente da BHP Minerals Australia, Edgar Basto, a “South Flank é a maior nova mina de minério de ferro da Austrália em mais de 50 anos e foi entregue com segurança dentro do prazo e do orçamento. O minério de alta qualidade de South Flank aumentará o teor médio de minério de ferro da WAIO de 61 para 62%, e a proporção geral de granulado de 25 para 30-33%”.
Segundo a companhia, o projeto criou mais de 9 mil empregos diretos e indiretos durante a construção e proporcionará mais de 600 funções operacionais ao longo de sua vida. “O minério de South Flank abastecerá os mercados globais de aço pelos próximos 25 anos, ajudando a construir eletricidade, transporte e infraestrutura urbana em todo o mundo. E seu minério de alta qualidade terá um papel importante em ajudar os clientes da BHP a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa”, declarou a BHP.
Preços do minério
Embora a South Flank seja uma mina de substituição, o anúncio de um grande projeto entrando em operação pode gerar efeito negativo no curto prazo, de acordo com Peter O’Connor, analista de mineração na Shaw & Partners.
Com os futuros do minério de ferro negociados abaixo de US$ 200 a tonelada, nesta sexta-feira (21), depois que o gabinete da China pediu uma supervisão mais rigorosa dos mercados de commodities, o início da produção do projeto South Flank, combinado com as operações existentes no local, também pode ajudar a esfriar temporariamente um mercado aquecido.
Fonte: Reuters.
