Empresas do setor têm buscado ampliar ações ambientais em consonância com as demandas da sociedade e também do mercado corporativo.

Celebrado neste sábado, 05/06, o Dia Mundial do Meio Ambiente provoca o mundo corporativo global a somar esforços para se encaixar à uma necessidade cada vez mais latente do mercado: um olhar mais atento ao planeta.

Esse cuidado é tão relevante que nos últimos anos o termo que identifica as práticas socioambientais implementadas nas empresas, ESG (Environmental Social Governance – em português, Ambiental, Social e Governança), se tornou uma dos mais pesquisadas dos sites de buscas. São companhias dos mais diversos portes tentando entender a complexidade das questões socioambientais e se encaixar diante de uma nova realidade, que exige das lideranças um pensamento mais ativo em práticas e soluções sustentáveis, por meio de um plano tangível e uma atuação que garanta geração de valor a longo prazo.

Diante disso, as companhias têm trabalho, cada vez mais, suas ações de preservação, recuperação e valoração do meio ambiente e por consequência, o futuro da sociedade. Conheça algumas dessas empresas e suas ações:

VALE

A mineradora Vale anunciou, nesta semana, o compromisso de proteger e recuperar mais 500 mil hectares de florestas no Brasil até 2030. A meta florestal, uma das mais robustas do setor mineral, irá contribuir para o objetivo da companhia de se tornar carbono neutra em 2050. Segundo a empresa, há 40 anos ela vem ajudando a proteger quase 1 milhão de hectares na Amazônia e na Mata Atlântica.

Dos 500 mil hectares da meta, 400 mil são florestas já existentes que a empresa irá colaborar com a proteção e 100 mil correspondem a áreas degradadas que, por meio do Fundo Vale e de uma rede de parceiros, serão recuperados através de negócios de impacto socioambientais positivos.

Sistemas Agroflorestais da Fazenda São Francisco, da Belterra, no Pará – Foto: Divulgação / Belterra.

De acordo com a companhia, o conceito permite gerar renda e emprego na agricultura familiar e, ao mesmo tempo, ajuda a recuperar florestas, que, por sua vez, sequestram carbono da atmosfera durante a fase de crescimento das árvores.

No ano passado, o Fundo Vale implementou seis pilotos com diferentes modelos de sistemas agroflorestais e silvipastoris – que conciliam o cultivo de nativas com espécies comerciais ou com a criação de animais – nos estados do Pará, Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Minas Gerais, somando mil hectares. Este ano serão mais 5 mil hectares, chegando a seis mil hectares recuperados em dois anos. Os investimentos são de aproximadamente R$ 100 milhões.

Com essas iniciativas, que estão em fase de teste conceitual, a Vale espera capturar 26 mil toneladas de CO2 equivalente por ano e gerar 1.100 novas oportunidades de empregos diretos. “Este é potencialmente um dos maiores investimentos em recuperação florestal já feitos no Brasil com a intencionalidade de gerar novos negócios socioambientais positivos com retorno financeiro”, informou a empresa.

ALCOA

Um método pioneiro desenvolvido pela Alcoa no município de Juruti, no Oeste do Pará, permite a restauração de áreas mineradas e contribui para o desenvolvimento social e econômico de comunidades rurais da região de Juruti Velho.

Desde 2011, quando o Programa de Reabilitação de Áreas Mineradas foi implantado na unidade, 1.244 hectares foram recuperados, o que equivale a uma área composta por 1.739 campos de futebol, com medidas oficiais, segundo os padrões atuais.

De acordo com a engenheira Florestal, Susiele Tavares, responsável pelo programa, a tecnologia aplicada está na vanguarda do mercado mineral e agrega, ainda, um componente social com a participação das comunidades na produção, venda e plantio das mudas, com orientação e apoio da empresa.

Comunitários integram ativamente o processo de recuperação de áreas – Foto: Oslan Silva.

“Esse é o diferencial do nosso programa. Aqui estamos conectados com as comunidades. Eles conhecem as demandas de cada localidade, sabem que tipo de muda pode crescer em determinado local. É uma via de mão dupla: fazemos a nossa parte em relação à proteção e recuperação das áreas mineradas e a empresa ajuda os moradores a aumentarem a renda, com o plantio de mudas”, explica Susiele.

HYDRO

Recentemente, a Hydro anunciou investimento de R$ 1,1 bilhão para a substituição de óleo combustível da sua refinaria Alunorte, em Barcarena (PA). Trata-se de um projeto-chave para a estratégia climática da Hydro e o compromisso global da companhia de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 30% até 2030.

Com a substituição do óleo combustível pesado por gás natural, as emissões anuais de CO2 da refinaria serão reduzidas em 600 mil toneladas. O projeto também está em linha com o compromisso da companhia e com o Governo do Pará de apoiar o uso desta energia na região, incluindo o acesso a outros consumidores regionais.

Outra ação da empresa, desde dezembro de 2020, após 1 ano e meio de testes, é o uso da metodologia “Tailings Dry Backfill”, em Paragominas, onde fica localizada a mina da empresa. A metodologia permite que os rejeitos inertes da mineração de bauxita sejam devolvidos às áreas já abertas e mineradas.

O rejeito proveniente da mineração da bauxita é química e fisicamente similar ao que foi retirado durante o processo de lavra. Portanto, é devolvido para a natureza sem nenhum impacto ao meio ambiente. Após a secagem em depósito temporário por 60 dias, os rejeitos de bauxita são devolvidos às áreas mineradas, antes da área ser reabilitada e reflorestada.

Dentre outras ações, desde 2009, quando começou o programa de reflorestamento, a Mineração Paragominas já contabiliza uma área de 2.300 hectares no processo de recuperação. Em média, 200 mil mudas de espécies nativas são produzidas por ano no viveiro da empresa.

Viveiro de mudas da Hydro – Foto: Divulgação / Hydro.

A meta da empresa é recuperar na proporção de 1:1, ou seja, a cada 1 hectare disponibilizado no ano (área lavrada, menos a área utilizada para infraestrutura) será recuperado 1 hectare em até dois anos após a disponibilização. Estes números levam em conta a natureza dos ciclos de mineração, a busca contínua para o sucesso do reflorestamento, a conservação do ecossistema, o avanço das técnicas de reabilitação e a segurança operacional da mina.

A Hydro também está atuando em parcerias com universidades de renome como Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade de São Paulo (USP). São convênios para pesquisa sobre o uso do resíduo e rejeitos da bauxita para a produção de outros componentes sustentáveis, como cimento e agregado sintético.

KINROSS

A Kinross Brasil, companhia produtora de ouro na cidade de Paracatu (MG), também possui um projeto de recuperação vegetal de áreas impactadas pela operação, que já abrange cerca de 500 hectares em diferentes estágios de evolução.

Desses quase 500 hectares de área, a barragem Santo Antônio já tem aproximadamente 350 hectares revegetados. A iniciativa faz parte do plano de fechamento da mina e da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável da empresa.

De acordo com a mineradora, o plano, elaborado em consonância com a Agenda Municipal Paracatu 2030, adota os valores e princípios do Grupo Kinross, os 17 objetivos da ONU para o desenvolvimento sustentável e os 10 princípios de desenvolvimento sustentável do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM).

Ainda segundo a empresa, outras ações locais para a preservação do meio ambiente, que têm sido desenvolvidas ao longo dos anos são: educação ambiental, proteção de nascentes, viveiros comunitários, recuperação da biodiversidade, monitoramento local, recuperação de áreas, gestão da qualidade da água e do ar, revitalização do córrego Rico, entre outros.

MRN

A Mineração Rio do Norte (MRN), produtora de bauxita no Pará, também anunciou recentemente suas práticas de relacionamento com o meio ambiente, e que estão presentes em mais de 65 iniciativas socioeconômicas e ambientais, desenvolvidas pela empresa desde os anos 80 com mais de 50 comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas dos municípios de Oriximiná, Faro e Terra Santa.

De acordo com a empresa, entre as ações de atendimento aos compromissos de operação sustentável, a MRN conduz 11 iniciativas do Programa de Educação Socioambiental (PES) em parceria com estas comunidades. “Estas ações têm contribuído para viabilizar melhor qualidade de vida para estes comunitários e para a conservação e preservação ambiental desta região”, Vladimir Moreira, diretor de Sustentabilidade e Jurídico da MRN.

Uma das iniciativas mais importantes do PES na região é o Projeto Pé-de-Pincha, que contribui para conservar espécies de quelônios por meio do manejo participativo, envolvendo comunidades e instituições locais. Desde que foi criado, em 1999, já devolveu mais de 5 milhões de filhotes à natureza. O projeto é desenvolvido pela Fundação Apoio Institucional Rio Solimões e Universidade Federal do Amazonas com a parceria da MRN.

Por meio do PES, também é desenvolvido o Projeto de Meliponicultura, que viabiliza ações de educação ambiental e assistência técnica para a produção de mel silvestre a 20 famílias de produtores rurais de Terra Santa, visando a utilização racional dos recursos naturais e a geração de renda dos comunitários.

Projeto da MRN de Meliponicultura em Terra Santa – Foto: Serginho Bitencourt.

Outra iniciativa do PES tem contribuído para a preservação de espécies de peixe e para o incremento de renda de comunidades. É o Projeto de Apoio à Piscicultura, que fornece capacitação profissional, infraestrutura e assessoria técnica para pequenos produtores de peixes das famílias de ribeirinhos de Oriximiná para a criação de tambaqui em tanques flutuantes.

USIMINAS

A Mineração Usiminas também promove ações voltadas para a sustentabilidade, como o projeto Mina D’Água, que é um plano de recuperação da vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente, com cercamento e plantio de mudas em local isolado. Tem como objetivo colaborar com o equilíbrio do ecossistema e conservação dos recursos hídricos das áreas preservadas.

Além disso, a Musa também tem o projeto de implantação do Sistema de Disposição de Rejeitos Filtrados, também conhecido como Dry Stacking, que encerrará o ciclo de uso das barragens para a disposição dos rejeitos gerados no processo de beneficiamento de minério. Segundo a empresa, o processo de descaracterização da Barragem Minas Oeste (Somisa) foi finalizado no início deste ano, o que significa que ela já não recebe rejeitos e/ou sedimentos, deixando de possuir características ou de exercer a função de barragem.

 

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