Porto de Xangai, na China. Foto: Divulgação.

Autoridades chinesas prometem “punir e divulgar estritamente” irregularidades de mercado, como preços exagerados e entesouramento.

Os contratos futuros do minério de ferro negociados na Ásia recuaram nesta segunda-feira (21/06), ampliando perdas depois que autoridades da China iniciaram uma investigação sobre o mercado “spot” da commodity, já que as cotações da matéria-prima siderúrgica permaneceram em patamares elevados mesmo após alertas contrários ao entesouramento e à especulação.

O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities da Dalian, para setembro, fechou em queda de 8,8%, a 1.121 yuanes (US$ 173,31) por tonelada, após tocar uma mínima de 1.118,50 yuanes, menor nível desde 8 de junho.

Já o contrato mais ativo na bolsa de Cingapura, para julho, chegou a cair 5,7%, para US$ 195,05 a tonelada, também o mais baixo patamar desde 8 de junho. No Porto de Qingdao, o valor chegou a US$ 208,15, queda de 4,91%.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NRDC, na sigla em inglês) –órgão estatal de planejamento do país– e a Administração Estatal para Regulação do Mercado prometeram “punir e divulgar estritamente” irregularidades de mercado, como preços exagerados e entesouramento.

Os preços “spot” se mantiveram acima de 200 dólares por tonelada nas últimas três semanas, apesar de esforços do governo para conter a inflação das commodities, guiada em parte por operações especulativas, que ajudaram a impulsionar o minério de ferro a uma máxima recorde de mais de US$ 230 no mês passado.

Os futuros do aço também caíram, com o vergalhão negociado na bolsa de futuros de Xangai cedendo 4,2%. A bobina laminada a quente recuou 4,3%, enquanto o aço inoxidável perdeu 0,6%.

Novas regras para índices de preços de commodities a partir de agosto

A China afirmou na última quinta-feira (17) que irá emitir novas regras para a gestão de índices de preços de importantes commodities e serviços, em anúncio que ocorre em momento em que o governo intensifica o escrutínio dos mercados locais do setor.

As medidas, que entrarão em vigor em 1º de agosto, vão padronizar as formas como os índices de preços são compilados e melhorar a transparência em torno da divulgação de informações, disse a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês) em sua conta oficial no WeChat.

Os mercados de commodities da China são atendidos por diversos fornecedores de índices, em sua maioria privados, que vendem dados sobre os preços de importantes matérias-primas, como grãos, metais e petróleo, para operadores e analistas.

Em alguns casos, os dados sobre os preços são utilizados para liquidar transações físicas das commodities.

Pelas novas regras, os fornecedores de índices de preços precisarão ser independentes das partes diretamente interessadas nos mercados de commodities e serviços cobertos pelo índice. As informações sobre os fornecedores e os métodos utilizados no desenvolvimento e formulação dos índices também deverão ser totalmente divulgados.

A comissão acrescentou que as autoridades chinesas terão o direito de avaliar o “compliance” perante às regras e tomar medidas disciplinares em caso de descumprimento.

 

Com informações da Reuters.

 

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