Faturamento quase dobrou em relação ao 1º semestre de 2020, devido à cotação do minério na China e variação do dólar.

O desempenho apresentado pela indústria mineral nos primeiros 6 meses deste ano retrata a evolução crescente de preços e demandas internacionais, desde a retomada chinesa, decorrente do controle da pandemia naquele país. Em valor, a produção saltou de R$ 75,3 bilhões, no primeiro semestre de 2020 para R$ 149 bilhões, no primeiro semestre deste ano (98% a mais). Os dados da indústria mineral brasileira referentes ao 1º semestre foram apresentados nesta 4ª feira (21/07) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

O instituto ressaltou que o dólar subiu de R$ 4,92 no 1º semestre de 2020 para R$ 5,38 no 1º semestre deste ano. Já a média de preços do minério de ferro – item mais exportado pelo setor mineral – mais que dobrou: variou de US$ 91,04 a tonelada para US$ 183,43 a tonelada. O minério de ferro teve cotação média, no 1º semestre de 2021, 101,5% maior do que no 1º semestre de 2020. Somado ao preço, houve também um crescimento da produção mineral, causando uma elevação de 135% de aumento no faturamento deste minério.

Destaque também para o aumento substancial de outras commodities minerais, como cobre (65,8%), alumínio (41%), estanho (76,7%) e níquel (41,05%).

Ainda segundo o Ibram, é preciso considerar que o ouro teve um salto nos preços no início da pandemia. De lá até aqui, os preços permaneceram elevados e relativamente estáveis. A variação entre os preços do 1º semestre de 2020 e do 1º semestre de 2021 foi de 9,7%. No caso do ouro, o aumento de 46% no faturamento é muito maior do que o crescimento observado no preço da commodity, indicando um aumento considerável na produção.

Produção Mineral Brasileira

Produção em toneladas cresce cerca de 2% no comparativo semestral; valor da produção quase dobra.

Em volume, a produção mineral brasileira (PMB), segundo estima o Ibram, evoluiu 2% na comparação entre os semestres, passando de 525 milhões de toneladas para 535 milhões de toneladas.

O aumento estimado na produção é atribuído ao setor como um todo. Valores de produção estimados pelo Ibram têm base na produção histórica dos seguintes bens minerais: Agregados Construção, Minério de Ferro, Bauxita, Fosfato, Manganês, Alumínio Primário, Potássio Concentrado, Cobre Contido, Zinco Concentrado, Liga de Nióbio, Níquel Contido, Ouro.

Estados e substâncias minerais com maior faturamento

Minas Gerais teve sua participação aumentada no faturamento total do setor mineral. Passou de 37% no 1º semestre de 2020 para cerca de 41% no 1º semestre de 2020. O Pará permanece com o mesmo percentual de 44%.

Minas Gerais apresentou a maior elevação de faturamento (122%), ficando o Pará logo em seguida (99%). O estado de Minas Gerais aparece com destaque, muito em razão da reativação de minas que, no 1º trimestre de 2020, se encontravam paralisadas ou com produção parcial. Bahia, Goiás e Mato Grosso também apresentaram expressivos aumentos no faturamento, decorrente do desempenho positivo do setor.

Mais de 9 mil empregos diretos gerados até maio

Segundo o Novo Caged, de dezembro de 2020 a maio de 2021 foram criadas 9.226 vagas diretas no setor mineral. Ao aplicar o fator multiplicador (x11), o Ibram calcula que foram criados 101 mil postos de trabalhos, incluindo diretos, indiretos e induzidos ao longo de toda cadeia produtiva.

De janeiro a maio de 2021 foram criadas 7.713 vagas. Com isso, o Ibram calcula que foram criados 84 mil postos de trabalhos, incluindo diretos, indiretos e induzidos.

“Há um ciclo positivo de valorização cambial e dos preços internacionais dos minérios, o que evidencia o potencial da mineração do Brasil em gerar contribuições econômicas aos municípios, estados e ao país como um todo, por meio de divisas, de recolhimento de tributos, de royalties, pela geração de empregos e pela movimentação de extensas cadeias produtivas”, analisa Flávio Ottoni Penido, diretor-presidente do Ibram ao comentar os principais indicadores.

“Este ciclo positivo reafirma a importância da mineração, não só sob o ponto de vista econômico, mas também fica claro a sua relevância para o desenvolvimento social do nosso País. E precisamos avançar. As novas tecnologias demandam e irão demandar novos minerais cada vez mais. E, por isso, temos insistindo na necessidade de o Brasil conhecer melhor o seu potencial mineral, investindo em um amplo e detalhado conhecimento geológico. Temos muito a descobrir em termos de jazidas economicamente viáveis. Apenas 3% do território está adequadamente pesquisado geologicamente, na escala 1:50.000”, diz Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Ibram.

Perspectivas: mais investimentos e aprimoramentos em ESG

A perspectiva para a indústria da mineração nos próximos anos é positiva, avalia o Ibram. Cada vez mais estados abrem espaço para a expansão da mineração industrial sustentável e, com isso, atraem investimentos milionários de longo prazo, caso de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará e Minas Gerais, entre outros.

Além disso, o próprio setor mineral tem avançado na implantação de novas estratégias relacionadas a boas práticas de ESG (respeito ao meio ambiente, responsabilidade social e governança), o que impacta positivamente na recuperação da confiança da sociedade, após as tragédias com barragens anos atrás. Em outubro, o Ibram e as mineradoras associadas vão anunciar os principais avanços nessas práticas sustentáveis na Exposibram 2021 para uma numerosa audiência internacional.

Uma das ações mais recentes relacionadas a ESG é o lançamento do aplicativo para smartphone chamado PROX, em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). A iniciativa é um projeto colaborativo de gestão de riscos e aperfeiçoa a política de segurança do setor voltada à população. Fornece informações atualizadas constantemente sobre barragens, usinas hidrelétricas, condições climáticas, riscos de enchentes e vários outros dados. O PROX foi desenvolvido pela CEMIG e ganhou a adesão do Ibram e de mineradoras associadas.

Investimentos

O levantamento periódico atualizado do Ibram aponta que as mineradoras vão direcionar US$ 38 bilhões a investimentos no Brasil no período 2021-2025. As companhias anunciam 92 projetos na área de influência regional de mais de 81 municípios, em vários estados. Esses empreendimentos vão contribuir para movimentar a economia a longo prazo, com promoção a negócios em extensas cadeias produtivas, geração de empregos e arrecadação tributária, entre outros benefícios socioeconômicos.

Quadro de Resumo

Fonte: ANM / Ibram / Novo Caged.

Acesse a íntegra do estudo (clique aqui).

 

Por: Assessoria de Imprensa do Ibram.

 

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