Reservas do mineral no Afeganistão são estimadas em US$ 1 trilhão, segundo geólogos norte-americanos que realizaram expedições pelo país.
O grupo Talibã não apenas assumiu o controle do governo do Afeganistão, ele agora também tem o domínio de uma rica fonte de lítio, mineral importante para promover a economia de energia limpa no mundo.
O elemento é muito usado em produção de baterias de energia renovável e fundamental para a eletrificação de veículos. Geólogos norte-americanos haviam feito expedições no território afegão anos atrás e constataram que o país é extremamente rico nesse mineral, com um valor de, pelo menos, US$ 1 trilhão em reservas.
Um memorando do Departamento de Defesa dos Estados Unidos em 2010 chegou a descrever o Afeganistão como “a Arábia Saudita do lítio”, segundo informações do Quartz.
O recurso, no entanto, sempre foi pouco explorado. Ao levar em conta o crescente interesse de nações em fornecer meios de energia sustentável, o grupo tem um poder enorme nas mãos.
“O Talibã agora tem alguns dos minerais mais importantes e estratégicos do mundo”, disse Rod Schoonover, chefe do programa de segurança ecológica da Council on Strategic Risks, um grupo de estudos de Washington, ao Quartz. “Se eles podem ou irão utilizá-los, é uma questão importante para o futuro”, complementou.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, a demanda por lítio deve disparar no mundo nos próximos anos, assim como o cobre e o cobalto, que são minérios mais raros, o que poderia ser muito rentável financeiramente para o Afeganistão.
Contudo, economistas alertaram que a abundância de riquezas naturais pode gerar mais corrupção e violência, em especial nos países em desenvolvimento, e não promover benefícios aos cidadãos comuns. Não à toa Ashraf Ghani, ex-presidente afegão que deixou o país assim que o Talibã assumiu o controle, enxergava esses minerais como uma “maldição”.
Além disso, Schoonover pontuou que não vai ser tão fácil para os talibãs ingressarem no mercado global de lítio. A falta de infraestrutura do país e as dificuldades em atrair potenciais investidores estão no topo da lista de motivos. “Enquanto houver fontes mais seguras e confiáveis em outros lugares, a utilização dos minérios afegãos provavelmente vai continuar lenta”, disse ele.
Fonte: Época Negócios.