Segundo o instituto, em 2022 a produção brasileira de aço bruto deve crescer 2,2% e as vendas internas devem aumentar 2,5% na comparação com este ano.
O Instituto Aço Brasil apresentou, nesta quinta-feira (02/12), a projeção de crescimento de 24,3% no consumo aparente do aço em 2021, totalizando 26,7 milhões de toneladas. Este bom crescimento deve-se à retomada do mercado interno após a crise de demanda provocada pela pandemia de COVID-19 no ano passado. A expectativa é de que
a produção de aço bruto cresça 14,7% neste ano (36 milhões de toneladas) e as vendas internas aumentem 17% (22,8 milhões de toneladas) em relação a 2020.
Diante desses resultados, o Aço Brasil ressalta que o mercado interno encontra-se plenamente abastecido e que os preços das commodities – que pressionaram os preços dos produtos siderúrgicos ao longo de 2020 e em parte de 2021 – vem se estabilizando e até mesmo decrescendo para alguns insumos.
Com relação a 2022, o instituto prevê que a produção brasileira de aço bruto terá crescimento de 2,2%, alcançando 36,8 milhões de toneladas. As vendas internas devem aumentar 2,5% na comparação com este ano, chegando a 23,3 milhões de toneladas, enquanto o consumo aparente deve crescer 1,5%, atingindo 27 milhões de toneladas.
A representante do setor ainda destacou que, apesar de as empresas siderúrgicas estarem produzindo para atender integralmente a demanda dos seus segmentos consumidores no mercado doméstico, o grau de utilização da capacidade instalada do setor ainda é muito baixa, em torno de 70%.
Para o Aço Brasil, o aumento da produção de aço objetivando atender a retomada das exportações, permitiria reduzir a ociosidade hoje existente, elevando o grau de utilização da capacidade instalada do setor para níveis mais próximos ou acima de 80%, considerado mundialmente como o mais adequado para operação das empresas.
Entretanto, para viabilizar as exportações, em um cenário internacional de guerra de mercado, é necessário recompor a competitividade dos setores exportadores, como a indústria do aço, por meio do retorno do mecanismo do Reintegra que ressarce, parcialmente, os resíduos tributários embutidos nas exportações. “O Reintegra não é incentivo ou benefício e sim um mecanismo para evitar a taxação das exportações dos produtos brasileiros, conforme preconizado na Constituição Brasileira”, ressalta.
Nos últimos anos, houve crescente estabelecimento de medidas protecionistas por vários países e, agora, aparentemente, surgem sinais de alguma flexibilização nas restrições às importações de aço, como é o caso das negociações entre os Estados Unidos e a União Europeia. Neste contexto, a indústria do aço brasileira tem a expectativa de que se reestabeleçam as negociações com o governo americano para revisão do sistema de quotas imposto aos produtos siderúrgicos brasileiros no âmbito da Seção 232, vigente desde 2018.