Fotos: Assessoria de Comunicação da Semagro.

Parceria com o Serviço Geológico do Brasil busca alternativas para fertilização agrícola a partir do reaproveitamento de resíduos minerais.

A Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) de Mato Grosso do Sul e o Serviço Geológico do Brasil (SGB) iniciaram um trabalho conjunto no Estado para identificar alternativas sustentáveis para fertilização agrícola a partir de resíduos de mineração.

De acordo com a Semagro, entre 6 e 12 de dezembro, o SGB realizou a primeira fase de reconhecimento da Formação Serra Geral e das rochas fosfatadas alcalinas em Campo Grande, Terenos, Sidrolândia, Nioaque, Porto Murtinho e Bonito – todos possuem atividades de mineração.

Em Porto Murtinho, por exemplo, foram visitadas jazidas de rochas alcalinas. Em Bonito, a visita foi realizada em mineradora de fosfato da Serra da Bodoquena, mineral que tem se mostrado ótima alternativa para produtores rurais na fertilização do solo, conforme a Semagro.

Magda Bergmann, pesquisadora em geociências do SGB-CPRM, fez o levantamento e a avaliação de fontes de minerais e rochas existentes no Rio Grande do Sul e deu início à pre-avaliação do potencial mineral de Mato Grosso do Sul para uso agrícola (rochagem). O objetivo é utilizar essa matéria-prima na técnica de remineralização e condicionamento de solos, com ênfase em materiais disponíveis em pilhas de descartes de mineração. “É o aproveitamento de um resíduo para a fertilização agrícola, que beneficia o meio ambiente e a agricultura, se alinhando à política de desenvolvimento sustentável implantada pelo Governo do Estado”, finaliza Jaime Verruck.

A secretaria explica que os remineralizadores são considerados alternativa sustentável ou complementação aos fertilizantes tradicionais, à base de nitrogênio, fósforo e potássio, para o condicionamento dos solos. “Esta fase de prospecção e estudo ocorre ao mesmo tempo em que o governo federal discute o Plano Nacional de Fertilizantes, para abrir caminhos para reduzir a alta dependência externa de insumos fosfatados e potássicos”, destacou.

A geóloga Magda Bergmann apontou a presença dos insumos agrícolas na região do “Grupo Serra Geral” no Mato Grosso do Sul, que compreende boa parte das regiões norte, sudoeste, costa leste e o centro. “As rochas basálticas têm expressividade nos terrenos de planalto, que são as áreas de maior presença da agricultura do MS, e também a mesma unidade geológica ocupa parte das regiões sul (PR, SC e RS), sudeste (SP) e centro-oeste (MS, MT e GO) do país, que receberam derrames vulcânicos há milhares de anos.

“A nova rota alternativa de insumos para produção agrícola não pretende competir com os fertilizantes solúveis, mas complementar o uso desses fertilizantes. Inclusive, as rochas não possuem teores equivalentes ao dos fertilizantes solúveis e também, não necessariamente, possuem todos os nutrientes que uma determinada cultura agrícola exige. Não podemos deixar que o conhecimento dessas rochas não passe de um potencial”, acrescentou Bergmann sobre o desempenho das rochas no uso de fertilização dos solos.

 

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