Maior mineradora do mundo não opera no continente africano desde que desmembrou a South32 em 2015.
O Grupo BHP está investindo US$ 40 milhões em um projeto de níquel na Tanzânia, disse a empresa privada britânica Kabanga Nickel nesta segunda-feira (10/01), a nova aposta da maior mineradora do mundo no continente africano desde 2015.
A BHP não opera na África desde que desmembrou a South32 em 2015, mas o CEO Mike Henry recentemente sinalizou uma nova vontade de se aventurar em “jurisdições mais difíceis”.
Kabanga, que espera começar a produzir em 2025, tem como objetivo uma produção anual mínima de 40 mil toneladas de níquel, 6 mil toneladas de cobre e 3 mil toneladas de cobalto. A demanda por níquel, um componente-chave nas baterias de veículos elétricos, deve aumentar.
“Este investimento garante acesso a um recurso de sulfureto de níquel de classe mundial e está alinhado com a estratégia da BHP de capturar oportunidades em commodities voltadas para o futuro”, disse um porta-voz da BHP.
A BHP perdeu no mês passado para a Wyloo Metals, do bilionário Andrew Forrest, uma disputa para comprar a mineradora canadense de níquel Noront Resources Ltd.
Kabanga informou que o investimento da BHP vai acelerar o desenvolvimento da mina, com um estudo definitivo de viabilidade e planos de construção de uma refinaria a serem concluídos até o final deste ano.
A BHP também investirá US$ 10 milhões na empresa de tecnologia hidrometalúrgica Lifezone Limited. Kabanga disse que a tecnologia de hidromete, que será usada em sua refinaria, é uma maneira mais ecológica de produzir metal em comparação à fundição com uso intensivo de energia.
O investimento da BHP em Kabanga lhe dará uma participação de 8,9%, assim que as condições forem atendidas, disse Kabanga no comunicado. A BHP planeja investir mais US$ 50 milhões, o que aumentaria sua participação para 17,8%, avaliando o projeto em US$ 658 milhões.
O plano da Kabanga, de produzir metal no país, se encaixa na ambição da Tanzânia de obter mais valores com seus minerais. O ministro de Minas, Doto Biteko, disse que a Tanzânia pretende se tornar “um importante centro para minerais críticos de descarbonização”.
Fonte: Reuters.