Appian Capital, detentora das operações no Brasil, ressaltou que não concorda com a rescisão do contrato, e caso pode parar nos tribunais.

A sul-africana Sibanye-Stillwater disse, nesta segunda-feira (24/01), que cancelou o acordo de US$ 1 bilhão com Appian Capital, para a compra da mina de níquel Santa Rita e da mina de cobre-ouro Serrote, no Brasil, após um “evento geotécnico”.

A negociação e assinatura do acordo foi anunciada no final de outubro do ano passado, pela Appian Capital Advisory, detentora da Atlantic Nickel (Santa Rita, mina de níquel no município baiano de Itagibá) e da Mineração Vale Verde (Projeto Serrote, mina de ouro-cobre no município alagoano de Craíbas).

Os contratos contemplavam a aquisição de 100% das ações das empresas subsidiárias da Appian Capital Brazil pelo valor de US$ 1 bilhão em dinheiro. Além disso, a negociação envolvia 5% de royalties NSR (Retorno Líquido da Fundição), sobre a potencial futura produção subterrânea da Mina Santa Rita.

A mineradora sul-africana de metais preciosos, que pretendia reforçar seus negócios de metais para baterias com o acordo brasileiro, foi informada pela Appian sobre a ocorrência de um evento geotécnico em Santa Rita. A companhia compradora avaliou o evento e seu efeito e concluiu que “é razoavelmente esperado que seja relevante e adverso aos negócios, situação financeira, resultados operacionais, propriedades, ativos, passivos ou operações da Santa Rita”.

Com isso, sem detalhar o evento, e de acordo com os termos do acordo, a Sibanye-Stillwater anunciou a rescisão do contrato sobre a Atlantic Nickel. Como o acordo envolvia também a aquisição da Mineração Vale Verde (MVV), todo o processo de compra foi cancelado pela sul-africana.

Um porta-voz da Appian Capital Advisory, uma empresa de investimentos com sede em Londres que assessora dois fundos de private equity afiliados que, por sua vez, possuem as minas brasileiras, disse acreditar que não há base para a rescisão.

O porta-voz disse que o “evento geotécnico” citado por Sibanye equivale a uma fratura localizada, que ocorre no curso normal das operações a céu aberto.

“Para remediar a condição da área em questão, uma certa quantidade de resíduos adicionais precisará ser extraída mais cedo no plano da mina, o que equivale a menos de 1% do volume da mina ao longo de uma vida útil de 34 anos”, disse a Appian.

A Appian ressaltou ainda que não concorda que a fratura constitui um evento adverso relevante e o porta-voz disse que tomará todas as medidas necessárias para fazer valer seus direitos legais.

 

Com informações da Reuters.

 

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