Para a companhia, a diversificação dos negócios se refletiu em crescimento, com a receita líquida alcançando R$ 11,4 bilhões.

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), maior fabricante de produtos de nióbio do mundo, informou, nesta sexta-feira (04/03), um lucro líquido de R$ 4,5 bilhões em 2021, um crescimento de 78% em comparação ao registrado em 2020.

De acordo com a companhia, a combinação entre os investimentos robustos e a retomada da economia global após a pandemia de Covid-19, especialmente dos setores siderúrgico e aeronáutico, refletiram-se na melhora dos resultados.

A receita líquida da empresa cresceu 64% em 2021 no comparativo com 2020, somando R$ 11,4 bilhões. Já com relação ao EBITDA, a CBMM alcançou a marca de R$ 7,6 bilhões, um incremento de 47% frente ao ano anterior. “Esse resultado é reflexo da disciplina operacional, além do aumento da receita de vendas, especialmente na Ásia (excluindo a China), que apresentou crescimento de 40%, e na Europa, que contou com volume de vendas 20% superior ao registrado em 2020”, destaca a empresa.

O volume de vendas de produtos de Nióbio teve aumento de 17%, totalizando 85 mil toneladas, crescimento em linha com o mercado, que somou 110 mil toneladas em 2021, ante 95 mil toneladas em 2020.

A China manteve-se como principal mercado da CBMM, com 40% do volume de vendas, seguida dos demais países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul e Índia, que representaram uma fatia de 22%. A Europa absorveu 19% das vendas da empresa, enquanto as Américas, principalmente EUA e Brasil, somaram 14%. Outras regiões como o Oriente Médio e a África representaram os 5% restantes.

Ainda segundo a empresa, no ano passado, a CBMM recolheu mais de R$ 4 bilhões para os cofres públicos. Esses valores se dividem em parcelas principalmente relacionadas à cadeia de impostos arrecadados em razão da comercialização de produtos de Nióbio, além da parcela de R$ 1,5 bilhão destinada à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), conforme previsto em contrato vigente entre as partes.

Investimentos

De acordo com a companhia, em 2021, vários investimentos foram direcionados a novos negócios, buscando acelerar a entrada de tecnologias aplicadas de Nióbio no mercado global, especialmente no segmento de baterias.

Em linha com os planos de crescimento, a CBMM concluiu os investimentos para expansão da planta industrial de Araxá (MG). Foram R$ 3 bilhões somente na última fase de ampliação, elevando a capacidade produtiva do complexo industrial de 100 mil toneladas para 150 mil toneladas de produtos de Nióbio, nível superior à atual demanda do mercado mundial.

No ano passado a empresa investiu em duas startups – na inglesa Echion e na norte-americana Battery Streak. Os investimentos visam acelerar novos desenvolvimentos em materiais para baterias de íons de lítio, de acordo com a empresa.

Em 2021, o volume de vendas de produtos de Nióbio para aplicação em baterias somou 50 toneladas, para 2022, a previsão da companhia é que esse número alcance 500 toneladas.

Os aportes no Programa de Tecnologia também seguiram uma curva ascendente e totalizaram R$ 195 milhões em 2021, um crescimento de mais de 38% em relação a 2020. Deste montante, R$ 60 milhões foram destinados ao Programa de Baterias. O restante foi concentrado em programas de aços avançados para projetos de infraestrutura e mobilidade mais sustentáveis, além de novas aplicações nos setores de energia e eletroeletrônico.

“Para 2022, a expectativa é que os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e novas tecnologias avancem mais de 40%, chegando a R$ 278 milhões”, ressaltou a companhia.

Para os próximos anos, a CBMM pretende dobrar seu volume de vendas de 2021 até 2030, alcançando 185 mil toneladas de produtos de Nióbio. Além disso, nos próximos nove anos, a empresa prevê que 40% de sua receita seja representada por produtos fora da siderurgia. Atualmente, esses produtos representam 10% da receita da Companhia.

 

Voltar