Coleta de amostras do rejeito do reservatório vai aprimorar técnicas que serão usadas durante as obras e definir níveis seguros de controle de vibração.

A Vale iniciou, nesta semana, atividade preparatória fundamental para aumentar a segurança durante as obras de eliminação da barragem Grupo, na mina Fábrica, em Ouro Preto (MG). A empresa começou a coleta de amostras de rejeitos com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as características do material disposto no reservatório para aprimoramento da segurança e das técnicas que serão usadas durante o processo de descaracterização, além de subsidiar estudos para definir os níveis de controle de vibração.

As atividades serão realizadas com o uso de equipamentos não tripulados – como escavadeira, trator e caminhões -, operados remotamente, a partir de estruturas preparadas fora de áreas risco. A barragem já tem sua estrutura de contenção finalizada, que também serve as barragens Forquilhas I, II, III e IV.

Também foram iniciadas sondagens e a continuidade do bombeamento constante da água superficial do reservatório, além da instalação de instrumentos complementares para monitoramento da estrutura durante as atividades. A previsão é concluir os estudos até o final deste ano. Segundo a mineradora, todas as ações foram comunicadas à auditoria técnica do Ministério Público de Minas Gerais e órgãos competentes.

A barragem Grupo está em nível de emergência 2 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e não possui moradores na Zona de Autossalvamento (ZAS). A estrutura é monitorada permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico da Vale.

Grupo é uma das 23 estruturas alteadas a montante da empresa que ainda passarão pelo processo de descaracterização. “A eliminação de todas as barragens a montante é um dos pilares no princípio de garantia de não repetição de rompimentos como o de Brumadinho, tendo como prioridade, sempre, a segurança das pessoas e cuidados com o meio ambiente”, destaca a companhia.

Programa de Descaracterização 

De acordo com a Vale, desde 2019, sete estruturas a montante – quatro em Minas Gerais e três no Pará – foram eliminadas, das 30 mapeadas, praticamente 25% do Programa de Descaracterização da empresa.

Para este ano, está prevista a conclusão das obras e reintegração ao meio ambiente de mais cinco estruturas. Com isso, a mineradora prevê encerrar 2022 com 40% das suas estruturas deste tipo eliminadas. Isso significa que 12 de 30 barragens mapeadas já estarão descaracterizadas.

As estruturas com previsão de conclusão de obras neste ano são: os diques 3 e 4 da barragem Pontal e barragem Ipoema, em Itabira (MG), a Barragem Baixo João Pereira, em Congonhas (MG), e o Dique Auxiliar da Barragem 5, em Nova Lima (MG).

A atualização mais recente do Programa de Descaracterização indica que 90% das barragens deste tipo serão eliminadas até 2029 e 100% até 2035. As estruturas com maior prazo são aquelas de maior risco, mais complexas e que envolvem um volume de rejeitos maior, segundo a Vale.

Mais uma estrutura a montante em Itabira tem obras iniciadas

Após o início das obras no Dique 4, em fevereiro, os trabalhos para a eliminação do Dique 3 do Sistema Pontal, em Itabira (MG), também foram iniciados. A descaracterização das duas estruturas está prevista para ser finalizada neste ano, o que resultará em metade das 10 estruturas a montante localizadas na cidade eliminadas ao final de 2022.

Diante do incremento de riscos durante as obras, foi construído preventivamente um reforço para dar maior estabilidade ao Dique 3. O rejeito removido será destinado a uma área devidamente preparada dentro do próprio Sistema Pontal.

Os trabalhos no Dique 3 devem gerar de cerca de 180 empregos, entre trabalhadores diretos e terceirizados, sendo mais de 80% da mão de obra local. O Dique 3 não recebe rejeitos e encontra-se em nível de emergência 1. A estrutura tem cerca de 8,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Não há moradores ou comunidades dentro da Zona de Autossalvamento (ZAS).

Com relação às outras estruturas a montante no município, as atividades preliminares para a eliminação do Dique 2 do Sistema Pontal, já tiveram início e a estrutura de contenção que aumentará a segurança para a fase de obras dos diques Minervino e Cordão Nova Vista, que também fazem parte do Sistema Pontal, deverá ser finalizada neste ano.

“O Dique e as demais estruturas geotécnicas da empresa em Itabira são monitorados permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG). Todo o processo é acompanhado pelos órgãos reguladores e pela auditoria técnica do Ministério Público”, ressalta a mineradora.

 

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