Credores da Samarco apresentam plano para assumir a empresa

Espera-se que os acionistas Vale e BHP peçam ao tribunal de falências o direito de voto sobre o plano alternativo dos credores.

A recuperação judicial da mineradora Samarco recebeu um plano alternativo apresentado por um grupo de detentores de títulos que deve substituir a proposta de reestruturação da dívida da Samarco, que foi rejeitada no mês passado.

Os credores financeiros da companhia têm um crédito a receber da ordem de R$ 26 bilhões e inclui gestores de ativos como Oaktree Capital, Silver Point Capital, GoldenTree Asset Management LP e Solus Alternative Asset Management.

O plano alternativo de reestruturação da Samarco, joint venture entre a Vale e o Grupo BHP, propõe que os credores financeiros assumam o controle da companhia.

Renato Franco, fundador da empresa de reestruturação Integra Associados, que assessora credores, estima que os credores deterão cerca de 90% da empresa após a reestruturação.

Espera-se que os acionistas Vale e BHP peçam ao tribunal de falências o direito de voto sobre o plano. Se o voto deles não for autorizado, o plano dos credores poderá ser facilmente ser aprovado.

Os credores estão propondo antecipar prazos para aumentar a produção e acelerar a geração de fluxo de caixa.

O plano denominado “Nova Samarco” tem como meta dobrar a produção de minério de ferro até 2024, para 14 milhões de toneladas anuais, e atingir a capacidade total de 28 milhões de toneladas anuais até 2026. O plano dos atuais acionistas prevê que esse volume seja alcançado até 2029.

Tito Martins, ex-executivo da Vale que assessora credores da Samarco e pode se tornar presidente da empresa, disse que investimentos em tecnologia de mineração mais segura permitiriam um aumento mais rápido da produção.

O pedido de recuperação judicial da Samarco foi impetrado em abril de 2021 e incluiu R$ 24,1 bilhões devidos à Vale e à BHP por linhas de crédito que as duas empresas estenderam para pagar reparações pelo desastre e para financiar as operações da Samarco. Fundos de investimento e bancos detêm outros R$ 26,4 bilhões de dívida da Samarco, incluindo títulos e empréstimos.

Depois de melhorar o fluxo de caixa, assessores de credores, Integra Associados e banco de investimentos Houlihan Lokey podem tentar vender a empresa para um investidor estratégico, acrescentou Martins.

 

Com informações da Reuters

 

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