Apesar das quedas no semestre, na comparação com uma base alta do 1S21, o IAB aponta recuperação nas vendas trimestrais do setor siderúrgico.
Os dados da indústria siderúrgica brasileira, divulgados pelo Instituto Aço Brasil (IAB) nesta quinta-feira (21), apontam que a produção de aço bruto atingiu 17,4 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2022 (1S22), o que representa uma queda de 2,8% em relação ao 1S21. No primeiro semestre deste ano, as exportações atingiram 6,6 milhões de toneladas, um aumento de 27,6% em relação ao 1S21.
A produção de laminados no mesmo período foi de 12,0 milhões de toneladas, redução de 9,2% em relação ao registrado no 1S21. A produção de semiacabados para vendas totalizou 4,3 milhões de toneladas de janeiro a junho de 2022, um acréscimo de 4,6% na mesma base de comparação.
O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 11,8 milhões de toneladas no acumulado até junho de 2022. Este resultado representa uma queda de 15,6% frente ao registrado no 1S21.
As vendas internas foram de 10,3 milhões de toneladas no 1S22, o que representa uma retração de 14,6% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior.
Mas, para o Instituto Aço Brasil, o balanço do primeiro semestre de 2022 foi positivo para a indústria do aço. Avaliando os dados desde o 4T21 e os primeiros trimestres deste ano, os números têm evoluído. O crescimento de 3,9% das vendas internas para 4,9 milhões de toneladas no primeiro trimestre (1T22), frente ao 4T21, acelerou, na mesma base de comparação, para uma variação de 9,8% no 2T22 que atingiu vendas de 5,4 milhões de toneladas.
A relativa estabilidade do consumo aparente no primeiro trimestre (-0,1% frente ao anterior, para 5,7 milhões de toneladas) teve influência direta da queda das importações de 24,9% no mesmo período, para 837 mil toneladas. Entretanto, no segundo trimestre, o consumo aparente passou a crescer 6,1% frente ao primeiro (para 6,1 milhões de toneladas), resultado de um maior impulso das vendas internas e menor retração das importações (-16,9%, para 695 mil toneladas), de acordo com o instituto.
Segundo o presidente do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, “a comparação com a alta base de 2021 pode induzir a interpretações equivocadas quanto ao desempenho da indústria do aço em 2022, uma vez que o ano de 2021 se caracterizou pela forte retomada da demanda, recomposição de estoques e até mesmo pela formação de estoques defensivos de alguns segmentos devido a aceleração dos preços internacionais das commodities”. Informou ainda, que face aos efeitos estatísticos mencionados, o Instituto Aço Brasil irá revisar suas previsões para o ano de 2022.
Ainda de acordo com o instituto, a indústria brasileira do aço está investindo, neste ano, R$ 11,9 bilhões, com a segurança de que 2022 será um bom ano para o setor.