Cluster do país europeu participará da Exposibram com soluções para monitoramento de barragens e reaproveitamento de rejeitos.

As soluções para as barragens de rejeitos minerários, estruturas que somam mais de 400 só em Minas Gerais, terão palco na próxima Exposibram 2022, a ser realizada em setembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG). Na feira serão apresentadas diversas tecnologias inovadoras, entre elas as holandesas.

“As inovações do país europeu potencializam não só a segurança das estruturas, mas também reduzem os custos de produção”, de acordo com o cluster DTTD, sigla para Dutch Technical Team for Dam Safety, cuja tradução livre seria Equipe Técnica Holandesa para Segurança de Barragens.

Organizada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram),  a exposição reunirá empresas do segmento do mundo inteiro. Entre elas, as que formam o cluster DTTD. Com apoio do governo dos Países Baixos, o cluster tem realizado missões no Brasil para identificar problemas nas operações de rejeitos e contribuir para corrigi-los.

São parte do DTTD as empresas Antea Group, Arenal, Trisoplast, Rohr-Idreco, InTech, e Van Sonsbeek Hulst. “Na feira, nos encontraremos novamente com os líderes dos grandes players de mineração, principalmente de Minas Gerais, para aprofundar as conversas que já estamos realizando”, diz Hilton Lucio, CEO da Antea Group no Brasil, citando a série de encontros realizados nos últimos meses de especialistas do cluster, empresas, universidades e governos. “A nossa ideia é que esses players testem as tecnologias e avaliem as que podem ser inseridas em seus processos. As empresas com as quais estamos em contato acreditam no nosso trabalho e algumas já estão implementando as nossas soluções nos sites delas. Isso nos deixa muito orgulhosos e otimistas para o futuro.”

Lucio explica que cada empresa do cluster apresentará propostas exclusivas, mas que, para os melhores resultados, devem ser aplicadas de forma integrada. “São soluções para monitoramento, impermeabilização, dragagens, gerenciamento de recursos hídricos e uma série de outras iniciativas, que são extremamente complementares para projetos de descaracterização de barragens, por exemplo.”

Sobre a Antea Group, em específico, o executivo formado em geologia pela Universidade UNESP de Rio Claro, pretende insistir nos aspectos ambientais dos projetos. “Essa componente é extremamente importante e notamos uma preocupação e um compromisso real com o meio ambiente por partes das empresas com as quais conversamos. A Antea tem muita experiência neste tema e ficamos feliz em poder compartilhar a nossa visão sobre sustentabilidade com as mineradoras da região.”

Lucio espera que novos negócios sejam realizados e, assim, a presença da empresa no país cresça ainda mais. “Estamos no Brasil há mais de 20 anos e abrimos o nosso escritório em Minas Gerais durante a pandemia e, em pouco mais de um ano, quase que triplicamos o número de funcionários. Confiamos no potencial da região e nos nossos parceiros holandeses e brasileiros para continuar crescendo.”

Com quase 100 bases de operação espalhadas pelo mundo, a Antea atualmente lidera dois grandes projetos de mineração em Minas Gerais. Somados, os dois projetos movimentam mais de R$ 6 milhões e empregam 20 pessoas.

As perspectivas são de mais avanços. O próprio cluster conta com dois novos membros, a Royal Eijkelkamp e a Cohere Consultant. A Royal Eijkelkamp conta com 111 anos de existência e executou projetos no mundo inteiro. A Cohere, por sua parte, conhece bem o Brasil pois ela fez parte da primeira missão de cooperação conduzida pelo governo de Minas e dos Países Baixos em 2019. “É um privilégio ter essas empresas com nós, o grupo está crescendo e isso demostra que o mercado brasileiro é um mercado importante e atraente para as empresas estrangeiras”, comenta Jean Esteves, coordenador comercial da Antea e do DTTD.”

Participação do governo holandês

O DTTD faz parte de um movimento do próprio governo holandês para abrir novos mercados para as empresas do país. O cluster é um dos braços de uma parceria público-privada, a chamada Partners for International Business (PIB). O outro braço, o do poder público, é conduzido pelo Escritório Holandês de Apoio aos Negócios, ou Netherlands Business Support Office (NBSO), que também mantém estrutura na capital mineira.

“Nosso interesse é, antes de tudo, colaborar para que o know how holandês em contenção de barragens possa aperfeiçoar a segurança das operações de mineração no Brasil”, diz Hans Blankenburgh, representante-chefe do NBSO, sobre o DTTD. “Claro que há um lado comercial importante, mas o intuito do PIB é promover intercâmbio de conhecimento, levar inovação e expandir boas ideias, ações que fazem parte da nossa trajetória como povo.”

O PIB que viabilizou a formação do cluster já é o quarto a ser realizado no país, o primeiro com foco na mineração. Os três anteriores, voltados a tratamentos de resíduos, logística marinha e moldais de transportes, envolveram 17 empresas parceiras e movimentaram mais de R$ 7 milhões.

Exposibram 2022

O evento, um dos maiores do segmento na América Latina, ocorrerá entre os dias 12 e 15 de setembro, no Expominas, em Belo Horizonte. Além da feira e das rodadas de negócios, a programação prevê debates sobre as perspectivas da mineração dentro do contexto político, econômico, social e ambiental.

A edição deste ano será a da retomada do público presencial. No último encontro com essa abertura, realizado em 2019, foram mais de 55 mil participantes e 400 expositores, com representantes de 29 países.

O DTTD participará do evento. O estande, das cores dos Países Baixos, será o B04-06.

 

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