Empresa registra, pela segunda vez consecutiva, Ebitda ajustado recorde de R$ 641 milhões, alta de 73% em relação ao mesmo período do ano passado.

A Companhia Brasileira de Alumínio registrou lucro líquido de R$ 511 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), com alta de 29% sobre o mesmo período do ano passado (2T21), e receita líquida consolidada de R$ 2,3 bilhões, crescimento de 22% em relação ao 2T21. O Ebitda ajustado tem novo recorde trimestral, de R$ 641 milhões, uma alta de 73% em comparação ao 2T21.

“A CBA se mantém fortalecida em seu modelo de integração vertical, com autossuficiência de bauxita e alumina, além de energia, bem como na produção de alumínio de baixo carbono, o que lhe garante maior resiliência às pressões de custos, por causa da menor exposição às variações dos preços de matérias-primas no mercado internacional”, destacou a empresa na divulgação do relatório.

O segundo trimestre foi marcado pela volatilidade do preço do alumínio na London Metal Exchange, refletindo, principalmente, o cenário macroeconômico global, com alta da inflação e aumento dos juros, os conflitos na Europa e lockdowns na China. Ainda assim, o preço médio no período de US$ 2.875/tonelada, que representa alta de 20% em comparação ao 2T21, continuou alimentando expectativas positivas para toda a indústria do alumínio, e, apesar do leve arrefecimento da demanda em todo o mundo, os prêmios regionais se mantêm em patamares altos, por causa dos custos logísticos elevados e estoques em níveis historicamente baixos.

Como reflexo de um mercado mais fraco, o volume das vendas de alumínio da CBA totalizou 112 mil toneladas, ficando pouco abaixo (-6%) em relação ao 2T21. O principal destaque positivo foi o segmento de reciclados.

A integração da produção da Alux do Brasil, já totalmente concluída, contribuiu com 6,5 mil toneladas no trimestre, um incremento de 14% no segmento em relação ao volume do 2T21, passando de 22 mil toneladas (Kt) para 25 Kt – o desempenho também foi positivo em relação ao trimestre anterior. “Com isso, a empresa colhe resultados dos investimentos feitos no segmento de reciclados, que é essencial para a estratégia de longo prazo da CBA e fortalece sua produção de alumínio de baixo carbono. A Alux é um dos principais fornecedores de alumínio secundário do país, produzido a partir da reciclagem de sucata que constitui importante fonte de produção do metal. A aquisição de 80% do seu capital em 2022 complementou o portfólio da CBA”, ressaltou a empresa.

No segmento de produtos primários, houve uma redução nas vendas de 11% no 2T22 em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, na comparação com o 1T22 o desempenho foi positivo, puxado pelo lingote P1020, matéria-prima usada em alguns segmentos industriais, com avanço do market share sobre o produto importado.

No caso dos produtos transformados, o volume de vendas recuou 9%, especialmente os de extrudados e chapas.

Projetos

A CBA manteve o objetivo de antecipar a entrega de projetos anunciados no IPO, como a automatização da tecnologia de alimentação de fornos, o que, além de reduzir as emissões atmosféricas e de GEE (Gases de Efeito Estufa) na etapa mais eletrointensiva da produção do alumínio, leva a um menor consumo de água, aumento da eficiência energética e melhora da segurança operacional. As cubas da Sala 3 já foram religadas e a previsão é ter a modernização tecnológica concluída neste terceiro trimestre do ano, algo que estava previsto somente para 2023.

A CBA também anunciou uma parceria com o Senai Paraná para o desenvolvimento de folhas de alumínio para baterias íons-lítio no Brasil. A solução tecnológica da utilização da folha de alumínio nacional como coletor de corrente é inovadora e representará um importante passo para o desenvolvimento da cadeia de fornecimento local do segmento deste tipo de bateria.

Trata-se de um mercado que cresce exponencialmente. Os veículos elétricos, por exemplo, correspondem a quase toda a demanda mundial de produção das baterias de lítio, segundo um estudo recente feito pela Wood Mackenzie, empresa de pesquisa e consultoria do setor de energias renováveis. A preocupação com o meio ambiente e o clima são os principais motivos deste crescimento expressivo. Com isso, a CBA amplia os investimentos para garantir a oferta de produtos de baixo carbono, dentro de sua Estratégia ESG 2030.

A empresa também anunciou a adesão ao Movimento Ambição Net Zero do Pacto Global, reforçando o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a iniciativa Science Based Targets initiative (SBTi). Alinhada com a proposta do Movimento Ambição Net Zero, a CBA pretende, até 2030, alcançar diferentes resultados de redução de emissões, conforme metas e escopos já submetidos ao SBTi. Dentre os principais objetivos, estão a diminuição em 40% dos indicadores de carbono e redução absoluta de 35% das emissões.

Em junho, aconteceu o primeiro plantio de 460 mudas de espécies nativas em Miraí, na Zona da Mata mineira, onde a CBA tem minas de bauxita. A iniciativa é resultado do Projeto Reflora, voltado para pequenos e médios produtores rurais interessados em realizar o reflorestamento de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal (RL) degradadas de suas propriedades. O Projeto Reflora CBA fornece mudas e a capacitação técnica que viabilizem o reflorestamento, com uso de espécies nativas de ocorrência local.

Em relação à Diversidade, Equidade e Inclusão, vale destacar que no quadro geral de mulheres na CBA, o número atingiu 16,4% do quadro total da Companhia (vs. 15,3% no 1T22). Na liderança, alcançou 20% (vs. 19% no 1T22). A empresa realizou um censo de diversidade, para entender a percepção dos empregados e empregadas sobre o clima organizacional da companhia.

 

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