Projetos de reúso da água do mineroduto Minas-Rio e utilização da escória de ferroníquel em Goiás para pavimentação avançam em 2022.
Dentro do propósito de tornar a atividade cada vez mais sustentável, a Anglo American tem investido em inovações que buscam mitigar impactos de suas operações. Exemplo disso é o projeto de reúso da água que é utilizada na operação do mineroduto da empresa, que, com 529 km de extensão, transporta minério de ferro de Conceição do Mato Dentro (MG) ao empreendimento portuário, em São João da Barra (RJ).
Potencialmente, segundo a empresa, esse deve ser um dos maiores projetos de reaproveitamento de água do Brasil, com um volume que pode chegar a 0,3 m³/s de água reutilizada.
Na operação, o minério sai da planta da Anglo American e atravessa 29 municípios até o Porto do Açu, onde passa por um processo de filtragem, com a separação da água e do minério. Depois é armazenado para exportação. Atualmente, o efluente gerado pelo sistema de filtragem da água é tratado e majoritariamente descartado ao mar, seguindo estritamente todos os padrões legais.
Em parceria com o Porto do Açu, o projeto está estudando o tratamento e a utilização de parte desse efluente nas plantas industriais do complexo (atuais e futuras), para que, gradativamente, o efluente deixe de ser descartado no mar e passe a ser reutilizado.
Em setembro deste ano, foi realizado o primeiro teste operacional do projeto de reúso de água, conduzido com apoio técnico da Anglo American. Aproximadamente 2 mil metros cúbicos de água foram reutilizados em atividades não nobres (como aspersão de pilhas de carvão), confirmando a viabilidade operacional do projeto e a possibilidade de substituição de água nova — de alta qualidade —, atualmente usada para fins não nobres pelo efluente.
A elaboração do projeto executivo para construção do sistema de adução de água da fase I do projeto de reúso (capacidade de 100 metros cúbicos por hora) também está em curso, conforme o planejado, com previsão de entrega para dezembro de 2022.
“A empresa continua trabalhando para incentivar e construir um ambiente cada vez mais saudável, que traga soluções em prol da sustentabilidade e da sociedade em geral. Temos metas consistentes em nosso Plano de Mineração Sustentável e trabalhamos de maneira sólida para atingi-las”, afirma Cristiano Cobo, diretor Técnico e de Sustentabilidade da Anglo American no Brasil.
Outra inovação importante é o projeto de uso de escória de ferroníquel nas obras de ampliação das rodovias de Goiás. A iniciativa, realizada em parceria com a empresa Ecovias do Araguaia, visa reduzir os impactos ambientais e também dar aplicação à escória, diminuindo a área necessária para estocagem dos resíduos gerados nas plantas industriais da mineradora no Estado. Além disso, gera impactos positivos, proporcionando uma alternativa às soluções tradicionais com ganhos ambientais e incentivo à economia circular, onde os resíduos de uma indústria servem de matéria-prima reciclada para outra indústria.
Segundo a mineradora, a destinação de 10 mil toneladas de escória do ferroníquel para pavimentação asfáltica foi concluída este ano com sucesso. O material foi totalmente utilizado na construção dos pátios da rodovia GO-356, confirmando a viabilidade técnica e comercial da iniciativa.
A Anglo American desenvolve outros três projetos de menor escala usando escória, beneficiando empresas locais com a destinação do material para construção de pátios e melhoria de vias internas.
A Anglo American e as Ecovias do Araguaia seguem analisando tecnicamente o material para subsidiar uma negociação futura entre as partes. A expectativa é destinar 500 mil toneladas de escória nos próximos dois anos, com potencial de aplicação de 100% do material para construção de rodovias e ferrovias até 2026.
“A sociedade moderna espera que a indústria de mineração contribua positiva e efetivamente para o desenvolvimento socioeconômico, mitigando impactos ambientais e sociais, promovendo o desenvolvimento sustentável em suas mais diversas vertentes. Entendemos que este é um caminho sem volta para que a nossa empresa e todo o setor consigam traçar o futuro da mineração sustentável”, ressalta Tiago Alves, gerente de Meio Ambiente da Anglo American.
Mais ações sustentáveis
Neste ano, a companhia já contribuiu com a recuperação ambiental de 50 hectares, em Goiás, por meio da primeira fase do programa Juntos Pelo Araguaia, que visa aumentar a produção de água em áreas de preservação permanente.
Além disso, lançou em 2022 editais voltados às comunidades do Minas-Rio para criação de mudas e coleta de sementes, e ainda ofereceu consultoria técnica para estruturação de um viveiro comunitário de mudas no estado do Mato Grosso.
Atualmente, a Anglo American conta com mais 22 mil hectares de áreas protegidas no Brasil, entre Cerrado e Mata Atlântica, o que representa mais de seis vezes a área operada no país.
Em Minas Gerais, em parceria com o Instituto Espinhaço, a empresa segue investindo no projeto de recuperação de 23 nascentes do Rio Santo Antônio, além de cerca de 8 mil metros lineares de áreas de preservação permanente da região.
A companhia também doou US$ 5 milhões para o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), responsável pela conservação de mais de 60 milhões de hectares na Amazônia.
Segundo a companhia, todas essas ações fazem parte do Plano de Mineração Sustentável, iniciativa que guia as ações da Anglo American dentro dos pilares: ambiental, social e governança.