Anunciado na COP 15, acordo de cooperação científica tem o objetivo de promover a conservação de espécies da fauna e flora do país.

O Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) firmaram parceria para lançar o DNA Ambiental, projeto inédito de mapeamento genético e genômico de espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção, exóticas ou que tenham potencial para gerar renda para agricultores envolvidos com projetos de bioeconomia, especialmente na Amazônia. O anúncio foi feito na Conferência da ONU sobre Biodiversidade, a COP 15, que ocorre até o dia 19, em Montreal, no Canadá.​

Com investimentos de R$ 111 milhões nos próximos cinco anos, o DNA Ambiental realizará suas pesquisas em Unidades de Conservação Federais sob responsabilidade do ICMBio em todo o país. Espécies que já vêm tendo o seu genoma sequenciado pelo ITV-DS, como o gavião real (Harpia) e a onça-pintada, vão integrar o projeto. O instituto é referência em estudos de análises moleculares da biodiversidade. Em cinco anos, produziu 12 mil marcadores genéticos da fauna e flora da Amazônia.

Segundo dados do plano de trabalho divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente, não existia ainda no Brasil um consórcio nacional de sequenciamento genômico e uma rede para integrar o conhecimento já existente sobre códigos de barras genéticos da biodiversidade nacional em ações de monitoramento e diagnóstico da conservação de espécies com base em DNA ambiental.

A parceria entre os dois institutos possibilitará a utilização de técnicas para estudos moleculares envolvendo análises genéticas ou genômicas, que vão gerar informações importantes para o monitoramento da qualidade ambiental. O refinamento dos dados disponíveis contribuirá para a conservação das espécies e o aumento da produtividade em projetos de bioeconomia.

“Isso tudo é parte da promoção de parcerias entre o ICMBio e diversos setores da sociedade, por meio das quais o instituto visa ampliar o apoio à implementação das Unidades de Conservação Nacionais. Esse projeto é ainda mais especial, pois ampliará o Programa de Monitoramento da Biodiversidade, o que significa que os resultados vão convergir para um meio ambiente cada vez mais protegido, conservado e por uma população mais valorizada e desenvolvida”, destaca o presidente do ICMBio, Marcos de Castro Simanovic.

O trabalho inclui a capacitação dos servidores do órgão ambiental nas instalações do ITV-DS, em Belém (PA). Também serão estabelecidos protocolos de pesquisas e ferramentas que auxiliem no monitoramento da biodiversidade em Unidades de Conservação Nacionais.
O projeto envolve ainda tecnologias de sequenciamento de última geração e a participação ativa como hub nacional de consórcios internacionais voltados ao sequenciamento de genomas de referência da biodiversidade mundial, nicho ainda não ocupado por qualquer outra instituição brasileira.

“É um orgulho muito grande para Vale, por meio da equipe do ITV-DS e de toda a nossa estrutura, poder contribuir para uma pesquisa científica tão significativa para o país”, destaca Malu Paiva, vice-presidente executiva de Sustentabilidade da Vale.

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