A receita líquida consolidada foi de R$ 1,9 bilhão, recuo de 16% na comparação com o 1T22, mas estável em relação ao 4T22.

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou no primeiro trimestre de 2023 (1T23) um lucro líquido de R$ 89 milhões ante R$ 426 milhões no 1T22, queda de 79%. A variação, segundo a empresa, se deve principalmente à queda da receita líquida, em contrapartida ao aumento do custo de produtos vendidos. No 4T22, a companhia apresentou prejuízo líquido de R$ 80 milhões.

Outros resultados operacionais também apresentaram oscilação, tanto em comparação ao 1T22 quanto ao 4T22, em função da reversão de um passivo pela venda da Unidade Niquelândia no montante de R$ 121 milhões, além do reconhecimento da primeira venda de créditos de carbono por meio do projeto REDD+ no cerrado brasileiro.

O volume vendas de alumínio se manteve estável no período (-3%) em relação ao 1T22, totalizando 106 mil toneladas. Apesar das incertezas de curto prazo, a demanda de alumínio no Brasil se demonstrou resiliente no 1T23, puxada pelos segmentos de transportes e embalagens (excluindo latas).

A receita líquida consolidada foi de R$ 1,9 bilhão, recuo de 16% na comparação com o 1T22, mas permaneceu estável em relação ao 4T22. Já a receita líquida do negócio de alumínio atingiu R$ 1,8 bilhão no 1T23, uma redução de 18% comparado ao mesmo período do ano anterior e de 5% comparado ao 4T22. “Em relação ao 1T22, o efeito se dá principalmente pela redução de 73% no preço médio do alumínio na LME, entre os períodos comparados”, destacou a empresa.

O preço do alumínio manteve a volatilidade dos últimos meses, com a média do período ficando em US$ 2.395/tonelada, uma queda de 27% na comparação com 1T22. De acordo com o relatório, após alta em janeiro, no final do mês de março houve uma leve recuperação da LME com a estabilização do cenário internacional e melhora das perspectivas da economia chinesa.

“No cenário específico de desempenho operacional, a companhia foi impactada por uma deterioração na qualidade do coque e piche utilizados para a produção da pasta anódica adequada ao seu processo produtivo de alumínio líquido. O volume produzido recuou 9% neste trimestre em comparação ao 4T22. O processo de estabilização operacional está em andamento”, ressalta a empresa.

Foco no alumínio

A companhia vem avançando no seu plano estratégico, com o objetivo de reforçar o foco no core business do negócio de alumínio. Em abril, a CBA assinou o contrato de venda da Unidade de Niquelândia, localizada em Goiás, incluindo a mina de níquel e a planta de processamento. No ano passado, a empresa já havia vendido a refinaria de São Miguel Paulista, e agora deixa definitivamente o negócio níquel.

A CBA também deu um passo importante neste ano na diversificação de sua matriz de energia renovável. A geração própria no 1T23 foi 18% superior ao volume do mesmo período de 2022 e 15% superior ao volume do registrado no 4T22.

Além de volumes maiores das chuvas no período, contribuiu para o desempenho o início da operação dos complexos eólicos Ventos de Santo Anselmo e Ventos de Santo Isidoro, que passam a contribuir com 10% da capacidade total de geração de energia da CBA.

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