Empresa australiana pretende extrair minerais de alto valor agregado, com potencial para ser referência global.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (foto), assinou, nesta quarta-feira (09/08), protocolo de intenções com a empresa Meteoric Resources NL para a extração de terras raras em Poços de Caldas, no Sul do Estado. O investimento da empresa australiana será superior a R$ 1 bilhão no projeto de extração de argila iônica.

Durante a solenidade, Zema ressaltou a importância da parceria, que beneficia o desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda para Minas Gerais. A expectativa é gerar 700 empregos.

Além disso, o governador destacou o novo cenário vivido pelo Estado em relação a transição energética e falou também sobre a mineração.

“Nosso Estado foi abençoado, mais uma vez. Temos essas terras raras que serão utilizadas e também o Vale do Lítio. Nós temos provado que é possível ter mineração com responsabilidade ambiental e social. No Vale do Lítio, temos a empresa Sigma, que tem hoje o lítio mais verde do mundo, pois utiliza energia renovável e consome pouquíssima água. O que nós queremos é isso, uma mineração segura e verde”, ressaltou.

O diretor executivo da Meteoric, Marcelo de Carvalho, se mostrou otimista com o projeto que pode ser referência no mundo. “Não só acreditamos nesse projeto, mas os investidores também. Tenho certeza que esse é o maior projeto de terras raras do mundo”, destacou.

Potência Mundial

De acordo com o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, esse acordo pode colocar Minas Gerais entre os maiores produtores desse tipo de mineral no mundo, assim como no lítio.

“A confirmação do minério e esse investimento da Meteoric, em Poços de Caldas, são suficientes para impactar a indústria extrativa de terras raras no mundo, colocando Minas Gerais e o Brasil novamente em destaque, assim como aconteceu recentemente com o Vale do Lítio. São oportunidades que estão se abrindo para que nosso estado seja um dos principais atores nos processos de transição energética e de descarbonização da economia mundial”, enfatizou.

Terras raras

Esses minerais são utilizados em várias indústrias, principalmente na produção de energia renovável (turbinas eólicas e células fotovoltaicas), cabos, ímãs, baterias, entre outros produtos e equipamentos.

Os estudos sobre a qualidade e a quantidade dessas reservas são feitos há 12 anos pela Togni. Esses ensaios apontaram que o material possui um alto potencial mercadológico. Atualmente, a China concentra cerca de 90% da produção mundial de terras raras.

“Esse projeto é o único do mundo que sobrevive com os preços atuais de terras raras fora da China. Por isso, nós acreditamos que esse projeto pode quebrar o monopólio chinês com terras raras”, disse o diretor executivo da Meteoric, Marcelo de Carvalho.

Voltar