Raul Jungmann, em painel na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 | Crédito: Divulgação/Ibram

Durante a participação nos painéis da COP28, o Ibram debateu a importância da mineração na busca por um legado sustentável para as próximas gerações.

Reforçando o papel da mineração como protagonista nos esforços para combater as mudanças climáticas, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) fez um balanço positivo dos resultados de sua participação na 28ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28).

O Ibram participou de oito painéis durante a conferência, nos quais demonstrou que a mineração brasileira é uma agente que exporta soluções para os parceiros comerciais do país e que é possível deixar um legado sustentável para as futuras gerações.

“Foi uma oportunidade ímpar para ressaltar, perante representantes de quase todo o planeta, o papel fundamental da indústria da mineração na descarbonização da economia e na construção de uma economia verde no Brasil e no mundo”, resume Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram.

Para Jungmann, essa missão da mineração ainda está sendo disseminada globalmente e deverá ganhar robustez nas próximas COPs, inclusive na COP30, que será realizada em Belém, no Pará.

“Nas próximas COPs, em especial na COP30, no Brasil, certamente o setor mineral ganhará ainda mais relevância na sua associação com o delineamento de soluções efetivas para favorecer a transição energética de forma acelerada e crescente”, avalia.

Além do diretor-presidente, fizeram parte da comitiva do Instituto para Dubai os diretores Alexandre Mello e Paulo Henrique Soares, acompanhados por dirigentes das mineradoras associadas.

Transição energética global

Dentro das negociações internacionais do high level, os países presentes na COP28 aprovaram no acordo final a transição do consumo de combustíveis fósseis para o de energias renováveis. Ao contrário do que os cientistas do clima e especialistas desejavam, que seria a eliminação dos combustíveis fósseis.

Neste contexto, os minérios desempenham um papel crucial e estratégico no desenvolvimento das tecnologias necessárias para fornecer fontes limpas e contínuas de energia ao planeta. Em destaque, estão os chamados “minerais críticos”, como lítio, nióbio, terras-raras, cobre, bauxita, tântalo, ferro, entre outros, que são insumos essenciais para o desenvolvimento de tecnologias e equipamentos voltados para a transição energética.

Em suas operações, as mineradoras que participaram da COP28, como Vale, Gerdau e Hydro, relataram que fazem testes e já recorrem a fontes de energia renováveis e ainda apoiam clientes e fornecedores a fazer o mesmo, como forma de todos, em conjunto, reduzirem sua pegada de carbono, além de mapearem os riscos advindos dos eventos climáticos extremos e colocarem na estratégia dos seus negócios a adaptação climática.

Na avaliação de Jungmann durante a conferência, o Brasil possui uma janela de oportunidades na transição energética global, com um potencial de investimentos de US$ 1,2 trilhão até 2030, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Isso representa não apenas uma oportunidade para a transição energética, mas também para o país em termos de empregos e tecnologias. “O Brasil não pode perder essa oportunidade”, afirmou.

Crédito: Divulgação/Ibram

Também durante a programação da COP28, o Ibram, a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (ÚNICA), firmaram um compromisso para promover a transição energética e a descarbonização.

Essas organizações assinaram um termo com 17 compromissos em Dubai, que incluem iniciativas como a melhoria do desempenho energético e das emissões em toda a cadeia de valor, investimentos em tecnologias de descarbonização, defesa da criação do Mercado Brasileiro Regulado de Créditos de Carbono e muito mais.

Agenda conjunta pela sustentabilidade do setor mineral

Empenhada em se tornar ainda mais segura, responsável e sustentável, a indústria da mineração brasileira está unificando estratégias e ações por meio da Agenda ESG da Mineração do Brasil, que prevê iniciativas em vários campos relacionados ao setor.

Atualmente, o Ibram contabiliza o terceiro inventário de emissões da indústria mineral, e acaba de anunciar o projeto de descarbonização da indústria da mineração brasileira. Ambos os trabalhos serão base para a definição do Roadmap do carbono da mineração e para a definição de metas de redução das emissões no setor.

Principais desafios para o futuro

Os desafios para a expansão sustentável da mineração foram também abordados pelo diretor-presidente do Ibram na COP28. Apenas 4% do território brasileiro possui mapeamento adequado para atividades minerárias. Além disso, é necessário o estabelecimento de linhas de financiamento alinhadas às características do setor mineral brasileiro.

Segundo Jungmann, o país precisa desenvolver uma política nacional de estímulo à produção de minerais críticos para a transição energética, fortalecer e estruturar uma Agência Nacional de Mineração e estabelecer uma legislação que reconheça a mineração como estratégica para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do país, ao mesmo tempo em que reduz as barreiras impostas por entes federativos que impactam negativamente a atividade minerária com a criação de tributos e encargos sucessivamente.

“O Ibram está comprometido em enfrentar esses desafios e trabalhar em estreita colaboraçãocom o governo, parceiros e demais stakeholders para impulsionar a mineração sustentável no Brasil”, destacou o dirigente.

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