Após décadas de desafios, exploração de minério de ferro nas montanhas de Simandou deve sair do papel, com investimentos de US$ 20 bilhões.

O grupo Rio Tinto se aproxima de dar o passo inicial para a exploração de minério de ferro nas montanhas de Simandou, na Guiné, no continente africano.

Considerado o maior projeto de mineração do mundo, a previsão é de um investimento de US$ 20 bilhões para a construção de duas minas, uma ferrovia e um porto. A produção deve incrementar cerca de 5% ao volume de fornecimento global.

A licença para explorar minério de ferro no país africano foi concedida à multinacional em 1997, no entanto, contratempos e desafios políticos não permitiram que o projeto se concretizasse até agora.

Em publicação recente, o Financial Times informou que as obras devem começar ainda este ano e a mineradora já recebeu autorização de Pequim para iniciar as atividades, incluindo da maior acionista do grupo, a estatal chinesa Chinalco.

De acordo com o jornal britânico, já existem funcionários trabalhando na ferrovia e o planejamento prevê o início da construção das plantas ainda este ano.

A expectativa da Rio Tinto é que a produção inicial de minério de ferro aconteça em 2025 e que alcance a capacidade máxima de 60 milhões de toneladas por ano em 2028.

O projeto de Simandou se destaca pela qualidade do minério de ferro que será extraído, que tem uma concentração média de aço de mais de 65%, uma das mais altas do mundo, similar ao minério de ferro do Projeto S11D (66,7%), em Carajás, o maior negócio da Vale.

O chamado minério ‘high-grade’ tem valor agregado por ser usado em processos mais sustentáveis de produção de aço, uma das principais apostas das siderúrgicas para reduzir as emissões.

Mais detalhes do projeto

Devido ao tamanho e custo do projeto, a Rio Tinto deve utilizar de parceiros para viabilizar o projeto, dentre eles, o Governo de Guiné e pelo menos sete outras empresas, incluindo cinco chinesas.

Uma das minas do Simandou, o projeto Simfer, prevê a construção da planta em parceria com um consórcio liderado pela Chinalco.

Outra mina será construída pela Baowu no projeto WCS em colaboração com um consórcio liderado pelo Winning International Group, com expectativa de financiamento para a construção de uma ferrovia de 552 quilômetros.

A multinacional e o consórcio da Chinalco também terão que financiar um trecho adicional da ferrovia, de 70 quilômetros, que vai ligar sua mina com a linha principal da ferrovia.

A estimativa é que o share da Rio Tinto no capex do projeto fique em torno de US$ 6,2 bilhões.

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