O projeto de uso futuro Nova Vila pretende implantar um complexo multiuso na antiga área industrial | Crédito: Divulgação

Proposta de revitalização da antiga área de mineração prevê a construção de espaços culturais, habitacionais e comerciais.

O plano ambiental de fechamento da Mina Velha, localizada em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi apresentado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e AngloGold Ashanti em reunião pública.

Elaborado pela AngloGold Ashanti, o Plano Ambiental de Fechamento de Mina (PAFEM) prevê a revitalização da área que abrigava as antigas Mina Velha e Mina Grande, ativas entre 1834 e 2003, de 260 mil metros quadrados, no centro de Nova Lima.

Com expectativa de gerar cerca de 350 empregos temporários diretos e 600 indiretos, o projeto de uso futuro, chamado Nova Vila, pretende reunir no espaço centros culturais, espaços de convivência, áreas verdes, comércio, serviços, moradias, entre outros.

Está previsto também um espaço para a prática de esportes ao ar livre, atividades de educação e economia criativa e também ações voltadas para a inovação na indústria.

A partir do Nova Vila, o município também passará a contar com duas alternativas de escoamento da parte baixa da cidade para chegar ao centro.

Reunião pública do Pafem da Mina Velha, em Nova Lima, foi a primeira realizada pela Feam sobre o tema | Crédito: Divulgação

As conversas contaram com a participação da sociedade civil e foi a primeira reunião sobre fechamento de mina realizada na história da Feam, que trabalha com a temática desde 2007.

“De lá pra cá a gente vem observando uma maturidade muito grande no processo, nas complexidades que temos tratado e no objetivo principal desta pauta, que é deixar um legado positivo após o encerramento da mina”, afirmou o diretor de Gestão de Barragens e Recuperação de Áreas de Mineração e Indústria da Feam, Roberto Gomes, que presidiu a mesa na reunião.

O presidente da Feam, Rodrigo Franco, destacou que “o PAFEM irá permitir a potencialização dos valores positivos que as áreas mineradas podem produzir após o seu fechamento, com a correta recuperação ambiental, a valorização do patrimônio geoambiental e a implementação de novos usos para a sociedade, produzindo um legado positivo para o município de Nova Lima e para o estado de Minas Gerais”.

Para o gerente sênior de licenciamentos e meio ambiente da AngloGold Ashanti, Marcos Morais, o diferencial do projeto é a participação da comunidade de Nova Lima, assim como os conselhos municipais.

“Essas pessoas trazem sugestões e temos atendido algumas delas. Trabalhamos muito próximos à comunidade neste processo, apresentando para mais de 1.000 pessoas neste período de projeto. E hoje foi um dia especial, pois é um pontapé inicial para que o processo continue indo muito bem”, comentou.

Um quarto da extensão da área será destinado à manutenção de áreas verdes e corredores ecológicos | Crédito: Divulgação

Preservação ambiental

Outro destaque do projeto é a revitalização de mais de 19,6 mil metros quadrados de estruturas históricas, valorizando o patrimônio, a preservação ambiental e a inovação, com construções criadas para respeitar a história local, e com inspiração no conceito de Museu de Território.

O baixo impacto ambiental também é um diferencial, com 25% da área destinada a corredores ecológicos e áreas de preservação da Mata Atlântica e taxas de ocupação das edificações para moradias abaixo do que é permitido no Plano Diretor do município.

O projeto conta ainda com a construção de uma nova via de 2 quilômetros de extensão e de uma ciclovia que irá melhorar a mobilidade urbana na área central de Nova Lima.

“Hoje estamos discutindo em uma reunião pública, com uma legislação nova (DN Copam 221/2018), tentando trazer e deixar para Nova Lima um legado, por meio de uma mina que tem um grande reconhecimento histórico local e que está localizada no coração do município, então, o objetivo principal é que tenhamos a aceitação desse território no futuro”, disse Roberto Gomes.

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