Projeto de terras raras prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento e deve gerar cerca de 120 empregos permanentes no Sul de Minas.

A australiana Viridis Mineração e Minerais vai investir R$ 1,35 bilhão na produção de terras raras em Poços de Caldas, na região do Sul de Minas. O protocolo de investimentos entre a empresa e o governo de Minas Gerais para a instalação do Projeto Colossus foi assinado nesta quinta-feira (29/02).

O projeto pretende desenvolver a mineração de terras raras e elementos na região. Resultados iniciais apontam grandes volumes de recursos e teores de elementos de terras raras (ETRs), essenciais para a fabricação de peças e equipamentos de alta tecnologia usados nas indústrias eletroeletrônica, aeroespacial e de geração de energia renovável.

O investimento prevê ainda a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local e deve gerar cerca de 120 empregos permanentes, além de agregar valor ao produto e potencializar a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos recursos para serem aplicados em melhorias e serviços para os mineiros.

Com 70 licenças em uma área de 15 mil hectares, a planta deve estar pronta para operar entre 36 e 48 meses.

O CEO da Viridis Mineração e Minerais, Rafael Moreno, destacou a importância do projeto para incluir Poços de Caldas na nova matriz global de geração de energia verde.

“Nosso objetivo é garantir que a cidade de Poços de Caldas, o estado de Minas Gerais, o Brasil e a Austrália se tornem um dos pilares em evolução para o uso de energia limpa no planeta. Agradecemos todo o apoio oferecido pelo governo de Minas e comunidade até então, enquanto nos empenhamos no rápido desenvolvimento de todas as fases deste projeto de impacto mundial”, completou Moreno.

Crédito: Marco Evangelista/Imprensa MG

Estratégico em terras raras

As pesquisas em Poços de Caldas seguem sendo realizadas, mas os primeiros resultados são bastante animadores, conforme análise de momento dos investidores.

A Invest Minas, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), sinaliza que, atualmente, a China é a detentora de 90% do mercado de terras raras.

Com o investimento da empresa atraído para Minas Gerais, há potencial para impactar a oferta mundial desses elementos, fortalecendo e inserindo de vez o estado – e o país –  em mais um mercado estratégico.

“O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local, o que agrega valor ao produto e ainda potencializa a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos e arrecadação”, ressaltou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

Mais investimentos e empregos

Esse não é o primeiro investimento em terras raras atraído pelo Governo de Minas. Em agosto do ano passado, a também australiana Meteoric Resources NL anunciou investimento de R$ 1,18 bilhão em um projeto de extração de argila iônica. Foram identificados elementos do grupo das terras raras.

A empresa segue nas fases iniciais de estudos e sondagens na área e espera iniciar a operação da planta produtiva até 2026, com geração de 700 empregos na região. O empreendimento é mais um no município de Poços de Caldas.

Mais cedo, o governador de Minas conheceu a nova fábrica da Lamesa Fios e Cabos Elétricos em Poços de Caldas. A estrutura foi inaugurada nessa quarta-feira (28/2) pela empresa, que é 100% nacional e uma das principais fabricantes de cabos de cobre e alumínio do país. Foram investidos R$ 200 milhões para a instalação da unidade fabril.

“Nós já batemos mais de R$ 390 bilhões em investimentos privados nos últimos cinco anos e esses investimentos foram fundamentais para colocar Minas no caminho certo, o estado saltou de 8,8% de participação da economia do Brasil para 9,5%, ganhar market share é muito difícil e aqui nós avançamos bastante”, contextualizou Romeu Zema.

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