A CBMM anunciou um aumento nos aportes em seu Programa de Tecnologia para 2024, que vão passar dos R$ 230 milhões investidos em 2023, para a marca de R$ 270 milhões neste ano. Além disso, a companhia divulgou o balanço dos resultados de 2023, com receita líquida em R$ 11,4 bilhões, lucro líquido em R$ 4,9 bilhões e o EBITDA em R$ 7,9 bilhões.
A expansão dos investimentos tem como objetivo impulsionar inovações no segmento siderúrgico para aprimorar as aplicações do nióbio e diversificar a atuação da empresa, especialmente nas frentes de baterias e nanomateriais.
Os aportes nas áreas de tecnologia e desenvolvimento de processos e produtos faz parte da estratégia de crescimento sustentável do mercado de nióbio através de aplicações, tecnologia e criação de valor.
Conforme informado pela CBMM, o volume de vendas total de produtos de Nióbio no ano passado teve aumento de 5%, totalizando 92 mil toneladas. Aproximadamente 95% da produção é exportada, sendo que o mercado Ásia-Pacífico se manteve como o principal, com cerca de 64% do volume de vendas, seguido de Europa, Oriente Médio e África, que representaram uma fatia de 19%, e Américas, que absorveram 17% das vendas da empresa.
A contribuição pública da CBMM segue com saldo positivo. Cerca de R$ 4,9 bilhões foram pagos em tributos municipais, estaduais e federais em 2023. Esses valores incluem impostos em razão da comercialização de produtos industrializados de Nióbio, além da parcela de R$ 1,5 bilhão destinada à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), conforme previsto em contrato vigente entre as partes.
Investimentos
A divisão de materiais e tecnologia para baterias recebeu cerca de R$ 80 milhões em recursos no ano passado, devendo manter a estimativa para 2024. Com capacidade produtiva de 150 mil toneladas de produtos de Nióbio por ano, nível superior à atual demanda do mercado global, a CBMM espera um crescimento acelerado no setor de baterias nos próximos 5 anos, com o desenvolvimento de materiais que garantam ainda mais competitividade e qualidade.
Ainda na divisão de baterias, um dos grandes projetos para 2024 busca promover inovação no setor automotivo, impactando de forma positiva a mobilidade urbana. Em parceria com a Toshiba Corporation e a Volkswagen Caminhões e Ônibus, a CBMM deve apresentar ao mercado o primeiro ônibus elétrico do mundo a aplicar a tecnologia de óxidos mistos de Nióbio e Titânio em baterias de lítio.
A companhia também colocará em operação uma nova planta em seu complexo industrial, com capacidade produtiva de 3.000 toneladas de óxido de Nióbio para baterias. Anunciada em 2022, a nova planta contou com um investimento de R$ 265 milhões.
Para os próximos anos, a perspectiva, em projeção até 2030, é seguir à frente do mercado, com aumento no volume de vendas e diversificação da receita representada por produtos fora do aço.
Plano de sustentabilidade
Além de desenvolver, produzir e comercializar produtos de Nióbio, que estão conectados com a agenda global de sustentabilidade e contribuem com a redução de emissões de carbono em toda a cadeia, a CBMM estabeleceu ações internas para apoiar sua aspiração de zerar emissões de CO2(escopos 1 e 2) em seu complexo industrial até 2040.
Atualmente, 100% da energia elétrica consumida pela CBMM é proveniente de fontes renováveis. Dessa forma, no escopo 2, a emissão de gases de efeito estufa já é zero, conforme Certificados de Energia Renovável (RECs).
Em relação a emissão direta de CO2, o número atual da companhia é de 0.54t de CO2 por tonelada de Ferronióbio produzido, o dado foi publicado em 2022 pelo Programa Brasileiro GHGProtocol e auditado por consultoria independente. Além disso, a Declaração Ambiental de Produto (EDP, na sigla em inglês) de seu principal produto, o Ferronióbio, foi certificada e aprovada pela DNV Itália, o que marca mais um passo da CBMM no desenvolvimento de produtos de Nióbio que contribuem para a descarbonização da indústria siderúrgica.
O plano de sustentabilidade da CBMM também prevê um melhor aproveitamento dos recursos minerais, como a Barita e Magnetita. Até 2030, a companhia pretende aumentar sua produção de coprodutos, dando uma destinação útil e evitando o descarte de minerais que não fazem parte do core business.
Em 2023, foram comercializadas 955 mil toneladas de coprodutos ao mercado, aumento de 490% em comparação ao período anterior, que contribuíram com R$ 86 milhões para a receita da companhia. Para 2024, a expectativa é a comercialização de 1,4 milhão de toneladas e a geração de R$ 115 milhões de receita.
Além disso, a CBMM segue investindo na frente de Responsabilidade Social Corporativa. Em 2023 foram investidos mais de R$ 39 milhões de reais em projetos incentivados e não incentivados nos pilares de educação, esporte, cultura e saúde, beneficiando mais de 367 mil pessoas.
Outro pilar na agenda da companhia é governança corporativa. A CBMM obteve a Certificação ISO 37001, norma da Organização Internacional de Normalização, concedida no Brasil pelo Inmetro, que especifica requisitos para sistemas de gestão Antissuborno.