Produção da ArcelorMittal cresce 16,5% em 2023

Apesar da pressão das importações de produtos de aço e do baixo crescimento do consumo interno, a ArcelorMittal Brasil registrou resultados financeiros e operacionais em 2023 acima das expectativas.

Segundo informações do balanço divulgado nesta segunda-feira (29), a companhia teve aumento de 16,5% na produção em relação ao ano anterior, totalizando 14,8 milhões de toneladas em 2023, somando as operações no Brasil, Argentina e Costa Rica.

De acordo com a empresa, o resultado positivo está relacionado à consolidação da Unidade do Pecém (antiga Companhia Siderúrgica do Pecém), que passou a reportar seus resultados junto à ArcelorMittal Brasil desde março do ano passado.

Além da incorporação de Pecém, a performance operacional das unidades da ArcelorMittal, o foco em produtos exclusivos e de alto valor agregado e o estabelecimento de sinergias e redução de custos também contribuíram para os resultados.

Conforme divulgado pela empresa, o volume de vendas de 14,4 milhões de toneladas em 2023 representou acréscimo de 15,9% na comparação com o ano anterior. 

Já a receita líquida da ArcelorMittal no período sofreu leve queda de 2,6% na mesma comparação. O Ebitda (resultado operacional consolidado) foi de R$ 9,2 bilhões, o que representou retração de 38%, mas suficiente para registrar uma Margem Ebitda de 13% sobre a receita líquida. 

O lucro líquido atingiu R$ 4,1 bilhões, diminuição de 54,5% em relação a 2022, mas ainda assim acima das expectativas da companhia. Além dos impactos do aumento das importações de aço no mercado interno, o segundo semestre mais fraco, com menores vendas de aço no Brasil e no mundo, também afetou globalmente os preços das commodities metálicas e influenciou os resultados.

As duas operações de mineração no Brasil (Mina de Serra Azul e Mina do Andrade, ambas em Minas Gerais) performaram bem ao longo do ano, com aumento de 3,3% nos volumes produzidos (para 3,4 milhões de toneladas no ano).

“Os resultados mostram a resiliência e a capacidade de reação da ArcelorMittal Brasil em momentos desafiadores. São, também, reflexo do esforço contínuo de todo o nosso time focado na excelência das operações industriais, na inovação e na agregação de produtos e serviços de alta qualidade para os clientes. Nossas plantas são, hoje, referência mundial em performance e sustentabilidade”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM, Jefferson De Paula.

Investimentos

Apesar do mercado adverso, a ArcelorMittal manteve seu programa de investimentos em expansão, que somará R$ 25 bilhões. 

Em março de 2023, foi concluída a incorporação da Unidade do Pecém com a aquisição da totalidade das ações por R$ 11,2 bilhões. A usina tem a capacidade de 3 milhões de toneladas/ano e está estrategicamente localizada no Complexo do Pecém, com acesso, via correias transportadoras, ao Porto do Pecém. Essa estrutura possibilita a integração da unidade à rede global de produção de aço da ArcelorMittal. 

“O resultado desse primeiro ano de operação integrada mostrou o acerto dessa aquisição estratégica. A Unidade do Pecém bateu seu recorde histórico de produção, de cerca de três milhões de toneladas de placas, abastecendo unidades de laminação da ArcelorMittal nos Estados Unidos e em outros países, além do mercado interno”, comentou o vice-presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Planos LATAM, Jorge Oliveira.

Além da aquisição da Unidade do Pecém, foi formalizada em 2023 uma joint venture com a Casa dos Ventos e iniciada a construção de um dos maiores parques eólicos do país, instalado na Bahia, com capacidade de produção de 553,5 MW, que prevê investimento de R$ 4,2 bilhões. 

O contrato visa abastecer com energia limpa aproximadamente 40% do consumo elétrico da empresa no Brasil. Este investimento faz parte do esforço de descarbonização da ArcelorMittal, com um passo intermediário de reduzir as emissões em 25% até 2030.

Expansão

Além disso, a ArcelorMittal está implementando um programa de investimentos para aumentar a capacidade instalada, modernizar a base industrial e capacitar suas unidades para fabricação de aços tecnológicos e exclusivos.

A empresa está investindo R$ 2,5 bilhões na unidade Monlevade para quase duplicar a capacidade de produção, de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas/ano de aço bruto. 

Na Mina do Andrade, fornecedora de minério de ferro para a planta, a produção passará de 1,5 milhão para 3,5 milhões de toneladas/ano. 

Já na Mina de Serra Azul estão sendo investidos R$ 2 bilhões para a instalação de uma nova planta de produção de pellet feed, que aumentará a produção de 1,6 milhão de toneladas para 4,5 milhões de toneladas/ano.

Na Unidade de Vega, em São Francisco do Sul (SC), R$ 1,9 bilhão está sendo destinado ao projeto Cold Mill Complex (CMC), uma nova linha combinada de produção de aços laminados a frio e revestidos exclusivos, sob a marca Magnelis®. O volume de produção da unidade passará de 1,6 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas de aço anuais. 

Na Unidade de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, os investimentos somam R$ 1,3 bilhão para aumentar a produção em 500 mil toneladas ao ano com ampliação do portfólio de produtos e soluções voltados aos mercados automotivo, de energia e construção civil.  

Na Unidade de Sabará, estão sendo investidos R$ 144 milhões para aumentar a capacidade em 35% de trefilados e capacitar a planta para fabricação de produtos de alto valor agregado para a indústria automotiva.

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