descaracterização Barragem do Germano
Crédito: Divulgação/Samarco

A indústria da mineração investiu mais de R$ 10 bilhões em medidas de segurança e prevê ainda mais de R$ 30 bilhões em investimentos para descaracterizar todas as barragens construídas pelo método conhecido como ‘a montante’.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e foram divulgados durante entrevista coletiva que reuniu, nesta quinta-feira (20), a imprensa nacional e internacional.

O evento online marca o início do protagonismo do Ibram na divulgação com objetividade e clareza da situação das barragens de rejeitos das mineradoras associadas.

Segundo o levantamento apresentado, com base em dados oficiais, de fevereiro de 2019, mês seguinte ao rompimento da barragem em Brumadinho (MG), até abril de 2024 o número de barragens em descaracterização diminuiu de 74 para 52. A expectativa é que mais de 90% sejam descaracterizadas até 2027.

O diretor-presidente Ibram, Raul Jungmann, informou que a partir de agora a divulgação dos avanços na gestão de segurança de estruturas e do cronograma de descomissionamento e descaracterização das barragens a montante será constante.

“O valor investido não é o mais importante, mas, sim, o fato de que estamos efetivamente conquistando avanços em termos de segurança, de responsabilidade social e ambiental. Transparência é obrigatória para que todos acompanhem e compreendam os esforços do setor mineral para contar com operações mais seguras. Não significa que devemos relaxar e celebrar. Devemos é redobrar nossas atenções e fazer ainda mais”, afirmou o dirigente.

Clique para acessar os dados do IBRAM sobre barragens.

Ainda segundo os dados divilgados, das 52 barragens a montante, 5 estão no Nível de Emergência 2 e outras 3 no Nível de Emergência 3, e as pessoas que se situavam nas áreas próximas a estas estruturas foram evacuadas temporariamente. 

Jungmann ressaltou também que a descaracterização das barragens exige cuidado redobrado das equipes técnicas. “É uma tarefa complexa, sem precedentes na engenharia. Para realizar as obras com plena segurança é preciso compreender que esta preocupação vem antes de cumprimento de qualquer prazo que se estabeleça no momento”, disse. 

O diretor-presidente pontuou ainda que o Ibram e as mineradoras associadas assumiram compromissos públicos de agir para tornar o setor ainda mais seguro, responsável e sustentável e tornar a relação dessa indústria com o público mais próxima, aberta ao diálogo e transparente. 

“Com respeito à legislação, que se tornou mais rigorosa no aspecto da segurança, e pela aplicação de medidas complementares, a indústria da mineração tem conseguido registrar avanços que são compartilhados com inteira transparência”, afirmou.

Ele lembrou que após o segundo rompimento, em 2019, o cenário que se apresentava era catastrófico para as expectativas da indústria da mineração. Com a liderança do Ibram, o setor buscou diálogo franco e aberto com todos os atores envolvidos.

No entanto, o executivo fez questão de observar que nenhuma atitude do setor será capaz de repor as vidas perdidas por causa dos rompimentos, eventos que custaram as vidas, inclusive, de pessoas que atuavam na mineração. 

“Os rompimentos nos ensinaram lições, de uma forma mais amarga possível. Em respeito às vítimas e aos demais atingidos, o Ibram tem procurado liderar um esforço setorial totalmente voltado a demonstrar que aprendemos as lições e apresentamos os caminhos e os avanços que contribuem para uma mineração totalmente reformulada, digna de reconquistar a confiança do público”, disse.

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