A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou uma receita líquida consolidada de R$ 2,1 bilhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), representando um aumento de 24% na comparação com o segundo trimestre de 2023 (2T23). Segundo informou a companhia, o resultado foi impulsionado pelo aumento de 22% no volume vendido do metal, além da valorização de 12% no preço médio do alumínio na LME (London Metal Exchange), aliada à apreciação do dólar médio em relação ao real de 5% nos períodos comparados.

Apesar da melhora do lucro bruto na comparação anual e trimestral, a CBA apurou prejuízo de R$ 74 milhões no segundo trimestre deste ano em relação aos R$ 50 milhões de prejuízo no mesmo período do ano passado, reflexo da apreciação do dólar em relação ao real no período.

O Ebitda ajustado consolidado no 2T24 foi de R$ 339 milhões, resultado 4,6 vezes superior ao apurado do mesmo trimestre de 2023, apontando para uma recuperação gradual dos resultados com maior volume de vendas, aumento nos preços praticados e menores custos por tonelada vendida entre os períodos comparados.

De acordo com os dados divulgados pela companhia, as disponibilidades e aplicações financeiras totalizaram R$ 2 bilhões em junho de 2024, sendo 75% denominados em reais e 25% em dólares.

O aumento do saldo em caixa de R$ 525 milhões, quando comparado ao trimestre anterior, reflete principalmente as captações realizadas no período, como o financiamento mediante Notas de Crédito à Exportação no valor de R$ 425 milhões. Essa captação está atrelada às metas anuais de redução de emissão de gases de efeito estufa na produção de alumínio primário, com benefício de redução na tarifa de liquidação antecipada, a depender do atingimento das metas estabelecidas. Adicionalmente, foi contratado swap (instrumento financeiro derivativo), saindo da exposição à taxa flutuante CDI em reais para a taxa pré-fixada em USD.

A dívida líquida totalizou R$3,6 bilhões, valor 23% maior quando comparado a março de 2024 (R$2,9 bilhões), principalmente em função da variação cambial desfavorável. A alavancagem, por sua vez, recuou para 5,66x em comparação a 7,89x do primeiro trimestre, reflexo da recuperação do Ebitda.

Desempenho operacional

As vendas de alumínio primário na CBA totalizaram 72 mil toneladas no segundo trimestre do ano, um aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2023, influenciado pelo desempenho positivo em todas as linhas de produtos, principalmente tarugo para o setor de construção civil. Quando comparado aos primeiros três meses deste ano, o aumento foi de 8%, com destaque para o lingote alumínio-silício, consumido pelo setor automotivo na fabricação de rodas.

As vendas de produtos transformados foram de 33 mil toneladas neste trimestre, o que representa aumento de 11% em comparação ao mesmo período do ano anterior, e leve melhora de 4% em relação ao trimestre anterior. Em ambos os períodos, as vendas de folhas tiveram melhor desempenho.

No segmento de reciclagem, foram vendidas 24 mil toneladas, aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior e ao primeiro trimestre deste ano. O mercado de autoconstrução demonstrou avanço positivo, em função das condições mais favoráveis de empréstimo.

A CBA informou ainda que se mantém focada no mercado doméstico, que concentrou 87% dos volumes de vendas, mas houve um aumento de 3 pontos percentuais nas exportações em relação ao trimestre anterior e de 8 pontos percentuais na comparação anual, principalmente por novas negociações de lingote liga e vergalhão para América Latina, México e Europa.

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