Em um novo passo rumo à transição energética, a Samarco fez uma parceria com a Aperam Bioenergia para o uso de bio-óleo nas usinas de Pelotização 3 e 4 no Complexo de Ubu. A iniciativa contribui para a descarbonização e a substituição gradual da matriz energética nos processos de produção da empresa.
Os testes foram realizados em setembro com resultados positivos, como a manutenção da temperatura da chama, da potência, forma, viscosidade e pressão.
O bio-óleo é originado de fontes vegetais, 100% renovável, produzido durante a transformação da madeira de eucalipto em carvão, contribuindo para impulsionar a transição das indústrias em direção a uma matriz energética renovável e de baixo carbono, capaz de substituir combustíveis fósseis em processos industriais.
Para o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, o projeto é pioneiro nesse tipo de aplicação e está alinhado com a meta global da empresa de reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) em 30% até 2032.
“Isso reflete nosso engajamento com iniciativas de inovação sustentável. Sustentabilidade é um compromisso para todos nós e, com o bio-óleo, nós estamos transformando essa visão em ação concreta”, enfatiza.
A Samarco espera homologar uma alternativa sustentável para o gás natural, com potencial de redução no curto-prazo de 2 kgCO2 por tonelada de minério seco (tms) nas emissões de escopo 1 da empresa. Considerando que o gás natural conta por mais de 20 kgCO2/tms dos 80 kgCO2/tms emitidos, essa mudança é um importante marco no caminho para a descarbonização.
Segundo o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, o bio-óleo faz parte de uma estratégia mais ampla da Aperam para ampliar sua área de atuação e se consolidar como um modelo de economia circular com o desenvolvimento de soluções e coprodutos de suas florestas plantadas no Vale do Jequitinhonha.
“À produção de carvão, conseguimos acrescentar a produção de bio-óleo, através do desenvolvimento e implementação de tecnologia própria em nossos processos. Ao longo dos anos, a Aperam BioEnergia viabilizou a produção de um combustível biogênico de grande potencial, com emissões zero de CO2 em seu uso e que tem ajudado nossos parceiros a descarbonizar os seus processos”, afirma.
Ao longo deste ano, os testes consumirão um total de 220 toneladas de bio-óleo na Usina 3, reduzindo as emissões de CO2 em 300.000 kg. Com a continuidade do projeto, essa redução pode chegar a 18.000 toneladas por ano.
O diretor de operações, Sérgio Mileipe, explica que os testes focados na aplicabilidade do bio-óleo estão dentro das expectativas e são imprescindíveis para os resultados positivos alcançados até o momento.
“A boa performance do biocombustível demonstra a viabilidade técnica para a substituição contínua do gás natural utilizado. Além de maior eficiência e segurança operacional, o uso de bio-óleo reforça nosso compromisso sustentável com as comunidades”, explica.
Já o diretor de operações da Aperam BioEnergia, Ézio Santos, reforça que a validação da aplicação do produto demonstra, tanto comercial quanto ambientalmente, a sustentabilidade do uso em larga escala do bio-óleo produzido na Aperam BioEnergia.
“Esses resultados mostram que estamos no caminho certo, oferecendo ao mercado um produto 100% nacional, com alto valor agregado e que contribui para a descarbonização dos processos industriais”, destaca.