*Por Manuel Fernandes e Juan Padial
Conforme destacado na Conferência Climática da Organização das Nações Unidas, a Cop28, o progresso lento nas ações climáticas ameaça as chances de os países atingirem as metas globais de descarbonização. Apesar dos crescentes desafios nas cadeias de suprimentos, as empresas de metais e mineração precisam acelerar o desenvolvimento de processos sustentáveis. Por isso, terão que realizar um ato notável se quiserem desempenhar o papel proposto na transição energética – reduzir drasticamente as emissões de carbono ao mesmo tempo em que ampliam o fornecimento de minerais.
À medida que as empresas de mineração e metais buscam atingir o objetivo de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, a transformação das operações e do uso de carbono se tornará cada vez mais interligada. A relação entre as duas é a seguinte: o esforço para reduzir as emissões de carbono de uma empresa vai propiciar grandes benefícios, como a diminuição de custos ao consumir menos energia ou utilizá-la de forma mais eficiente. Ao mesmo tempo, o esforço de descarbonização é mais eficaz quando uma ampla gama de medidas é adotada para transformar as operações. Por isso, os líderes consideram a descarbonização uma oportunidade significativa de negócios, especialmente, quando faz parte da transformação operacional.
Apesar dessa conscientização, as empresas precisam acelerar as estratégias de descarbonização se quiserem cumprir a tempo as metas estipuladas. Reduzir as emissões de carbono não deve, portanto, ser visto como um custo adicional destinado apenas a cumprir políticas ambientais governamentais; em vez disso, trata-se de uma meta essencial, sujeita ao mesmo tipo de análise custo-benefício aplicada a outros objetivos estratégicos.
Dessa forma, a indústria precisa seguir acelerando a redução das emissões de carbono e, simultaneamente, atender às demandas cada vez mais significativas de clientes que estão descarbonizando as operações. Isso é bastante desafiador, mas traz uma grande recompensa. Se conseguirem implementar com sucesso um programa de descarbonização, é provável que as empresas transformem o modelo de trabalho como um todo e agreguem valor aos negócios.
Por fim, com as metas de descarbonização impulsionando a transformação operacional e tecnológica, o momento de agir é agora. Investir em descarbonização não é apenas uma questão de sustentabilidade – é o caminho para uma transformação operacional sem precedentes.
*Manuel Fernandes é sócio líder do setor de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil e na América do Sul e Juan Padial é sócio-líder de mineração da KPMG no Brasil, Juan Padial.