A Votorantim Cimentos encerrou 2024 com emissões de 550 kg de CO2 por tonelada de cimentício produzido, uma redução de 27,9% na comparação com 1990, ano base utilizado na indústria de cimento. Em relação a 2023, quando a empresa registrou emissões de 556 kg de CO2 por tonelada de cimentício, a queda foi de 1%. A meta de descarbonização para 2030, aprovada pelo Science Based Target initiative (SBTi), é de 475 kg de CO2 por tonelada de cimentício.

A estratégia de descarbonização da Votorantim Cimentos é pautada em quatro pilares:

  1. Coprocessamento, que é a substituição do combustível fóssil nos fornos de produção do cimento por outros materiais, especialmente biomassas e resíduos;
  2. Uso de cimentícios, substituição do clínquer – o principal componente do cimento e responsável pela maior fonte de emissão de CO2 no processo produtivo de cimento – por subprodutos vindos de outras indústrias;
  3. Eficiência energética e uso de fontes renováveis de energia, com hidrelétricas próprias e investimentos em energia solar e eólica;
  4. Desenvolvimento de tecnologias, uso de processos inovadores, novos materiais, captura de carbono, ganho de eficiência na cadeia de valor do uso de cimento e concreto, para otimizar recursos e seguir reduzindo a intensidade de carbono.

O diretor global de sustentabilidade, relações institucionais, desenvolvimento de produto, engenharia e energia da Votorantim Cimentos, Álvaro Lorenz, destaca que o cimento e o concreto são produtos fundamentais para o desenvolvimento dos setores de habitação e moradia, saneamento básico, entre outras aplicações e, portanto, a empresa desempenha um papel relevante como parte da solução para a descarbonização.

“Avançamos globalmente em projetos piloto de captura de CO2, implementamos novas unidades e sistemas de coprocessamento e de energia renovável, além do lançamento de produtos de baixo carbono. Todas essas frentes contribuirão para avançar na nossa jornada de descarbonização e cumprir o objetivo de produzir concreto neutro em carbono até 2050″, afirma.

Segundo dados divulgados pela Votorantim Cimentos, em 2024, a taxa de substituição térmica (que mede o percentual de uso de biomassas e resíduos como combustíveis nos fornos de cimento) global por meio do coprocessamento foi de 32,1%. Esse índice representa uma melhora em relação a 2023, quando a empresa obteve um percentual de 30,9% de substituição térmica. A meta para 2030 é atingir 53%.

Já a taxa do fator clínquer (que mede a quantidade de clínquer presente no cimento) foi de 72,5% no ano passado, uma queda em relação a 2023, quando foi de 72,8%. Para 2030, a meta é alcançar um índice de 68% de fator clínquer, utilizando cada vez mais matérias-primas alternativas dentro do conceito da economia circular.

Do total da energia elétrica consumida pela Votorantim Cimentos em 2024, 34,1% foi proveniente de fontes renováveis, permanecendo estável quando comparada com o ano anterior, excluindo as operações de Marrocos e Tunísia, que foram vendidas pela companhia no ano passado e, no caso da venda de Marrocos, aguarda o cumprimento de condições precedentes habituais para esse tipo de transação para ser concluída. A meta da companhia é atingir 45% da energia consumida globalmente oriunda de fontes renováveis até 2030. 

Avanços em descarbonização

Nota “A” do CDP pelo segundo ano consecutivo – Em fevereiro de 2025, a Votorantim Cimentos conquistou, pelo segundo ano consecutivo, a nota ‘A’ para Clima na avaliação realizada pelo CDP. A nota coloca a companhia como parte de um grupo seleto de empresas classificadas no topo da lista, entre as melhores cimenteiras do mundo, que atuam como exemplos de melhores práticas em gestão estratégica ambiental para o mercado.

Linha de produtos com menor emissão de CO2 na Espanha – Em outubro de 2024, a Votorantim Cimentos lançou uma nova marca de cimentos e concreto na Península Ibérica (Espanha e Portugal), a Blenture, projetada para reduzir as emissões de CO2 e promover uma construção mais sustentável. Os cimentos e concreto Blenture oferecem soluções competitivas para muitas aplicações, mantendo a qualidade, resistência e desempenho habituais, com redução de 30% na pegada de carbono.

Projetos de captura de CO2 – Globalmente, a Votorantim Cimentos avança em projetos de captura de CO2 na Espanha e no Canadá. A fábrica de Alconera, na Espanha, iniciou um projeto piloto de captura de carbono, utilizando a tecnologia de carbonato de potássio (HPC, na sigla em inglês). Essa iniciativa é uma das primeiras experiências de captura de carbono da indústria na Espanha e busca ampliar o conhecimento sobre essa tecnologia, representando um passo significativo na jornada de descarbonização.

Investimentos em coprocessamento no Brasil – Em 2024, a Votorantim Cimentos anunciou investimento de R$ 5 bilhões em um programa abrangente de crescimento e competitividade estrutural das operações da empresa no Brasil até 2028. Esse programa, do qual R$ 1,9 bilhão já está em execução, abrange as operações da companhia em todas as regiões do país, com investimentos estruturantes para elevar a competitividade, a capacidade de coprocessamento e reduzir de forma significativa as emissões de CO2.

Como parte desse investimento, em Xambioá, no Tocantins, o projeto de modernização no forno e no sistema de injeção de resíduos aumentou a taxa de coprocessamento da unidade para 54,5%, superando as expectativas para o primeiro ano do novo sistema em operação.

Em 2024, também foi entregue a primeira fase do projeto de modernização da fábrica de Salto de Pirapora, em São Paulo, já com aumento marginal na capacidade de produção de clínquer e que irá ampliar a substituição térmica com redução da emissão de CO2.

No mesmo ano, a Votorantim Cimentos inaugurou em Itaperuçu, no Paraná, uma unidade de processamento de resíduos dedicada exclusivamente às operações da Verdera, negócio especializado em gestão e destinação sustentável de resíduos.

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