Em uma parceria estratégica, a Vale e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vão desenvolver soluções inovadoras de economia circular na mineração, buscando aumentar a sustentabilidade na produção de minério de ferro e gerar valor compartilhado e impacto multissetorial.

O acordo prevê um investimento inicial da Vale de aproximadamente R$ 6 milhões para a criação e consolidação do Colab de Mineração Circular, um ambiente de fomento à inovação e de novos negócios de base tecnológica. O foco do trabalho será na identificação, incubação e aceleração de soluções que promovam o reaproveitamento de rejeitos, estéreis e demais resíduos das operações de mineração.

Para o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, a parceria com a UFMG representa um avanço importante não só para a Vale, mas para todo o setor.

“Esta iniciativa busca transformar a mineração, com impacto social positivo para a sociedade, e está alinhada à visão de futuro da Vale. Temos o potencial de atingir 10% da nossa produção de minério de ferro de fontes circulares até 2030. Queremos ampliar práticas sustentáveis e a colaboração com a UFMG trará um conhecimento acadêmico essencial para nossas atividades, o que ajudará a engajar a sociedade e os empreendedores locais para o tema” destacou.

Parceria entre a Vale e a UFMG busca engajar a sociedade em iniciativas de mineração circular | Crédito: Rodrigo Digas – Porto Filmes

O Colab de Mineração Circular será um ambiente colaborativo, aberto a empresas, universidades, empreendedores, governo, fundos de investimento e comunidades, criando um ecossistema robusto e integrado.

Os próximos passos da parceria entre Vale e UFMG envolvem a estruturação da iniciativa e a prospecção de parceiros para desenvolver novos negócios em mineração circular e gerar valor compartilhado para a sociedade.

“Trata-se de uma ação importante na área de inovação e empreendedorismo que visa a impactos sociais e econômicos significativos. Essa parceria contribui para a formação de alunos de graduação, mestrandos e doutorandos, integrando a presença da indústria na educação de engenharia”, enfatizou o vice-reitor da UFMG, Prof. Alessandro Moreira.

No ano passado, a Vale produziu 12,7 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro provenientes do reaproveitamento de estéreis e rejeitos. A empresa espera atingir 10% de toda sua produção de minério de ferro no Brasil de fontes circulares até 2030.

“Estamos investindo em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para expandir a circularidade nas nossas operações, reduzindo a geração de rejeitos e, consequentemente, a necessidade de barragens e pilhas, com ganhos financeiros, ambientais e sociais”, explica o vice-presidente Técnico da Vale, Rafael Bittar.

Vale investe na mineração circular

A Vale criou o programa de mineração circular Waste to Value, que reúne mais de 100 iniciativas da empresa focadas no melhor aproveitamento dos recursos minerais, seja reintroduzindo os resíduos no ciclo produtivo ou usando-os como insumos de coprodutos.

O programa busca maximizar a extração de minério a partir de pilhas e barragens existentes, reduzir a geração de novos rejeitos e desenvolver coprodutos, como areia e blocos para construção civil. A Vale também está investindo em novas tecnologias de sondagem para expandir o conhecimento geológico sobre recursos minerais anteriormente desconsiderados, entre outras ações em PD&I.

Somente no ano passado, as atividades do Waste to Value geraram um benefício na redução de 23 mil toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde à emissão de 14 mil carros populares.

Um exemplo de mineração circular em Minas Gerais é o reaproveitamento do material das pilhas de estéril da mina Serrinha durante o processo de descaracterização das estruturas. No Pará, a operação do Gelado prevê o reaproveitamento de 138 milhões de toneladas de rejeitos de minério de ferro da barragem de Carajás.

A Vale também criou a empresa Agera, para desenvolver o negócio de Areia Sustentável, produzida a partir do tratamento de rejeitos. Em menos de dois anos já foram comercializadas mais de 2 milhões de toneladas do material.

A Vale também possui uma Fábrica de Blocos na mina do Pico, em Itabirito (MG), que transforma rejeitos da mineração em blocos para construção civil que são doados para projetos sociais e utilizados em obras da companhia.

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