Ibram reforça urgência de diversificar mercados e produtos

Ibram alerta que o tarifaço norte-americano, somado aos 40% de taxas comerciais, afetam parte das vendas externas de minérios e restringem o potencial de exportação

Porto de Tubarão, no Espírito Santo - Foto: Agência Vale.

A manutenção do desempenho do comércio exterior de minérios pode estar ameaçada pelas medidas tarifárias anunciadas pelo governo dos Estados Unidos (EUA), que começam a valer nesta quarta-feira (6).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros, somado aos 40% de taxas comerciais, afetam parte das vendas externas de minérios e restringem o potencial de exportação. Por isso, a entidade reforça a urgência de diversificar mercados e produtos, além de ampliar a produção interna de forma responsável, sustentável e segura.

Atualmente, cerca de 4% das exportações de minérios do Brasil seguem anualmente para os EUA. Segundo informações do Ibram com base em dados oficiais, no primeiro semestre de 2025 (1S25), os EUA concentraram 57,6% do valor, em dólar, das exportações brasileiras de pedras/rochas ornamentais, além de 34,1% de vanádio, 8,1% do nióbio e 5% de caulim.

No 1S24, os padrões foram semelhantes, com algumas oscilações por item. Já as importações de minérios dos EUA pelo Brasil totalizam cerca de 20%.

Uma preocupação das mineradoras é a possibilidade de sobretaxas de reciprocidade nas importações vindas dos Estados Unidos, com efeito colateral sobre máquinas e equipamentos de grande porte como caminhões >100 t, escavadeiras, carregadeiras, moinhos etc., importados em grande parte dos EUA.

A estimativa setorial indica elevação de custos da ordem de US$ 1 bilhão por ano, o que reduziria competitividade e poderia postergar projetos.

O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, e o diretor de Assuntos Minerários, Julio Nery, apresentaram a lista dos minérios impactados pelo tarifaço e os que não sofrerão a sobretaxa, segundo dados oficiais de 2024:

De acordo com o Ibram, 24,4% das exportações de minérios serão impactadas pelas novas tarifas definidas pelo governo norte-americano. A entidade destaca:

  • pedras/rochas ornamentais (19,4%),
  • caulim (1,2%),
  • pentóxido de vanádio (1,0%),
  • alumínio (0,3%),
  • cobre (0,009%)
  • e manganês (0,007%).

Por outro lado, segundo informou o instituto, 75,6% das exportações de minérios não sofrerão impacto do tarifaço, com destaque para:

  • outras pedras/rochas ornamentais (27,1%),
  • ferro (25,7%),
  • ouro semimanufaturado (12,2%),
  • e nióbio (10,6%).

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