O consumo de produtos de alumínio no Brasil registrou crescimento de 4,6% no primeiro semestre de 2025 (1S25) em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo divulgado pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal) o resultado foi impactado pela reconfiguração das cadeias internacionais de suprimentos imposta pelo tarifaço do governo dos Estados Unidos (EUA).
De acordo com os dados da Abal, o mercado doméstico consumiu 947 mil toneladas de alumínio nos primeiros seis meses do ano. No comparativo com 2º semestre de 2024 (2S24) houve desaceleração, com recuo de cerca de 3% no volume consumido. As exportações de produtos transformados também recuaram 11% se comparado ao 1S24.
Na avaliação da presidente-executiva da Abal, Janaina Donas, os números confirmam a resiliência da indústria brasileira do alumínio, mesmo em um cenário global marcado por desafios como o tarifaço e a desaceleração da economia mundial.
“Ainda assim, é importante destacar que já observamos sinais de arrefecimento na demanda, o que reforça a necessidade de mantermos atenção redobrada ao contexto internacional e às políticas comerciais que impactam diretamente nossa competitividade”, afirma.
O levantamento apontou, ainda, que praticamente todos os produtos transformados de alumínio apresentaram crescimento no consumo, com destaque para cabos, fundidos e chapas. Já os segmentos consumidores que mais contribuíram com a alta foram eletricidade e embalagens.
- Eletricidade: o segmento registrou 18% de crescimento e consumo de 128,9 mil toneladas, impulsionado pelo significativo aumento da demanda por cabos elétricos para transmissão e distribuição de energia, devido à antecipação dos consumidores de parte do cronograma de compras, deslocando a demanda futura para o período mais recente. O alumínio se destaca como material preferido para fios e cabos elétricos graças à sua alta condutividade e menor peso em comparação a outros metais, como o cobre.
- Embalagens: representando 33% do volume total, alta de 7% e consumo de 308,8 mil toneladas em laminados de alumínio, o desempenho do setor refletiu a mudança do comportamento do consumidor em refeições dentro de casa, em detrimento da alimentação fora do domicílio, devido ao clima atipicamente frio nas principais regiões metropolitanas do país, além da melhora no nível de emprego e renda dos trabalhadores.
- Transportes: o segmento apresentou alta de 2,4% impulsionada pelas vendas de implementos para caminhões de menor valor agregado, bem como a produção de ônibus e veículos leves.
- Construção civil: com o consumo de 169,2 mil toneladas, o segmento registrou estabilidade em relação ao mesmo período de 2024, refletindo a moderação do crescimento no mercado imobiliário.
- Máquinas e equipamentos: manteve desempenho consistente, com crescimento de 0,6% do consumo de alumínio, em linha com a expansão da produção do setor.
- Bens de Consumo: o segmento registrou queda de 1,1%, efeito da piora na confiança dos consumidores e do clima mais frio que fez reduzir a aquisição de ar condicionado.