A Vicuña, joint venture entre a BHP, e a canadense Lundin Mining, anunciou um investimento de mais de US$ 400 milhões na Argentina enquanto busca aprovações para um projeto de mineração multibilionário em uma área que pode ser o próximo grande centro de produção de cobre.

Segundo o gerente sênior da Vicuña para Argentina e Chile, José Luis Morea, a empresa realiza trabalhos de pré-construção em um depósito chamado Josemaria, localizado na província de San Juan, e deve entregar um relatório sobre o projeto ao conselho de administração até o final de março, incluindo o método de processamento a ser utilizado.

Os aportes já colocam a Vicuña como um dos maiores investidores estrangeiros da Argentina neste ano, pois continua a calcular o custo total de desenvolvimento do projeto, que também inclui o depósito Filo del Sol.

A joint venture também vai solicitar benefícios fiscais, alfandegários e cambiais oferecidos pelo programa de incentivos ao investimento do país, conhecido pela sigla em espanhol Rigi. O programa para investimentos de pelo menos US$ 2 bilhões permanece em vigor até julho de 2026 com possível extensão de um ano.

“O Rigi é fundamental”, disse Morea em entrevista. “Ele nivela o campo de atuação e permite que o projeto seja competitivo em termos tributários quando comparado a outras jurisdições na América Latina e no mundo”, completou.

Sem revelar estimativas de gastos de capital e produção, Morea disse que a joint venture estaria entre as dez maiores minas de cobre, ouro e prata quando estivesse em operação na década de 2030.

“Agora temos um projeto integrado com dois depósitos e uma única unidade de processamento, com sinergias e valor adicional destravados. Tudo está sobre a mesa e estamos otimizando todas as opções”, explicou.

As indústrias de recursos naturais da Argentina são centradas na agricultura e no petróleo, e o país obteve sucesso mais recentemente com a mineração de lítio.

Mas projetos de cobre tendem a ser maiores, mais caros e mais difíceis de desenvolver. Agora, a província de San Juan, perto da fronteira com o Chile, possui um conjunto de projetos que podem torná-la um polo de produção de cobre, à medida que a demanda pelo metal condutor cresce.

“O cobre é o próximo capítulo e fortalecerá ainda mais a balança comercial argentina”, reforçou Morea.
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