Ibram planeja missão aos EUA para discutir tarifas sobre minerais brasileiros

Os detalhes sobre a missão empresarial ainda serão discutidos internamente

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Crédito: Freepik

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) avalia a organização de uma missão aos Estados Unidos (EUA) para tratar da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, inclusive minérios, anunciada pelo governo norte-americano e com aplicação a partir de 1º de agosto.

De acordo com o Diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, os detalhes sobre esta missão empresarial ainda serão discutidos internamente, de modo a agendar encontros não apenas com a iniciativa privada, mas também com representantes do governo e do parlamento norte-americanos e definir, ainda, se esta missão contará apenas com participantes da mineração ou se reunirá outros setores econômicos do Brasil.

Durante reunião com mineradoras associadas ao Ibram para avaliar os impactos esperados pela tarifação, o Vice-Presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, considerou válida a disposição dos empresários da mineração do Brasil para debater a questão com representantes de empresas nos EUA.

Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, participa de reunião exclusiva para o setor mineral, articulada pelo Ibram | Crédito: Divulgação/Ibram

Segundo Alckmin, o apoio seria importante para os negociadores do governo brasileiro, uma vez que o Brasil importa minérios e equipamentos pesados dos EUA e este é um assunto que interessa às empresas norte-americanas. Portanto, a mobilização pode influenciar as empresas norte-americanas a buscarem o governo dos EUA a abrir espaço para negociações com o governo do Brasil.

Geraldo Alckmin explicou ainda que o governo brasileiro dá preferência ao diálogo com os EUA para, pelo menos, conseguir mais prazo para a vigência das tarifas, “entre 60 e 90 dias”, para haver tempo hábil para negociar as várias questões envolvidas com a questão tarifária.

Ele disse que há produtos embarcados do Brasil para os EUA, inclusive perecíveis, e contratos sendo firmados com compradores norte-americanos e este maior prazo pode ser importante para evitar transtornos. Alckmin afirmou na reunião que considera a atual situação um “perde-perde para ambos os países”, e que espera convencer os EUA sobre esse risco à relação histórica entre as duas nações.

Jungmann falou em nome das mineradoras associadas e demonstrou preocupação com a possibilidade de o governo brasileiro vir a adotar reciprocidade tarifária para produtos importados dos EUA. Segundo ele, a possível sobretaxação de importação de máquinas, por exemplo, prejudicaria a competitividade das mineradoras que atuam no Brasil, impactando a aquisição de equipamentos de maior porte, com elevação de custos da ordem de US$ 1 bilhão por ano.

Estavam representadas na reunião on-line com Geraldo Alckmin diversas companhias, a exemplo das integrantes do Conselho Diretor do IBRAM, entre outras, como: Anglo American, AngloGold Ashanti, ArcelorMittal, Bamin, Belo Sun, BHP, CBMM, Cadam, Companhia Nacional de Grafite, Ero Brasil, Galvani Fertilizantes, Hydro, Kinross, Nexa Resources, Samarco, Serra Verde, Vale. Esta reunião deu prosseguimento ao que foi discutido na última 6ª feira (18/7), em Brasília, durante audiência concedida por Geraldo Alckmin ao diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, e ao vice-presidente Fernando Azevedo.

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