Volume é o maior desde 2011, conforme balanço divulgado nesta terça-feira (6). Produção, no entanto, caiu 6%.
O lucro líquido da Petrobras nos primeiros nove meses deste ano foi de R$ 23,7 bilhões, o maior valor desde 2011 e 4,7 vezes superior ao mesmo período do ano passado. De acordo com balanço divulgado pela estatal nesta terça-feira (6), os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiram um recorde histórico de R$ 85,7 bilhões, com margem de 33%.
“Esse desempenho se deve às maiores margens nas exportações e vendas de derivados no Brasil, impulsionadas pelo aumento do Brent e depreciação do real. Além disso, contribuíram para esse resultado o aumento nas vendas de diesel, a disciplina de controle de gastos e as menores despesas com juros, devido à redução do endividamento”, informou a empresa, por meio de nota.
De acordo com a estatal, excluindo acordos do encerramento das investigações das autoridades norte-americanas no valor de R$ 3,5 bilhões, e os efeitos da Class Action, o lucro líquido seria de R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre e R$ 28 bilhões no acumulado do ano.
“Nossos resultados financeiros comprovam que já estamos colhendo uma série de frutos decorrentes de nossa recuperação. É o terceiro trimestre seguido em que registramos lucro líquido”, afirmou, em nota, o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro.
De janeiro a setembro, a Petrobras gerou R$ 116,2 bilhões em tributos municiais, estaduais e federais, além das participações governamentais, e mais R$ 10,6 bilhões em participações nos lucros, totalizando R$ 126,8 bilhões.
“A retomada do nosso crescimento é positiva não só para a Petrobras, como também para o país, uma vez que a empresa gera recursos para a sociedade por meio de tributos e participação nos lucros, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil pela cadeia de valor do nosso negócio”, afirmou.
Dívida
Ainda conforme o balanço divulgado nesta terça, o endividamento da companhia reduziu 14% nos primeiros nove meses deste ano, em relação a dezembro de 2017, chegando a US$ 72,9 bilhões em setembro, o menor nível desde 2012.
Já a relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado (geração de caixa) caiu de 3,67 dezembro de 2017 para 2,96 em setembro de 2018. Excluindo-se os recursos provisionados para o acordo de Class Action, a companhia apresentaria relação entre dívida liquida e Ebitda de 2,66, próxima à meta anunciada no planejamento estratégico de reduzir de 2,5 vezes até o fim de 2018.
Balanço das operações
De janeiro a setembro a Petrobras produziu 2 milhões 617 mil barris de óleo equivalente (boe) de petróleo e gás natural. O volume é 6% menor em relação ao mesmo período de 2017. Esse desempenho se deve, principalmente, ao desinvestimento dos campos de Lapa e Roncador, segundo a empresa.
A produção de derivados caiu 2% no período, em relação ao mesmo do ano passado. A venda doméstica também apresentou redução de 4% devido à redução nas vendas de nafta para a Braskem e à perda de participação de mercado da gasolina para o etanol.
A companhia manteve sua posição de exportadora líquida, com saldo de 272 mil bpd nos nove primeiros meses deste ano.
O lucro operacional atingiu R$ 51,5 bilhões, refletindo um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Fluxo de Caixa Livre permaneceu positivo pelo décimo quarto trimestre consecutivo, totalizando R$ 37,5 bilhões no acumulado do ano devido ao aumento da geração operacional.