Momento da indústria mundial do aço e da economia brasileira foram apontados como causas do balanço negativo.
O grupo Gerdau divulgou na manhã de hoje (4/5) os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2017 apresentando o prejuízo líquido consolidado ajustado foi de R$ 34 milhões, contra o saldo positivo de R$14 milhões no 1T16. Houve também uma redução de 16% na receita líquida, em relação ao no 1T16, totalizando R$ 8,5 bilhões. O resultado, segundo a empresa, seria devido ao efeito cambial no período sobre o desempenho das unidades no exterior e à venda das unidades na Espanha, ocorrida em maio de 2016.
A siderúrgica registrou outros indicadores negativos relacionados a movimentos do mercado internacional e, ainda, ao momento econômico brasileiro, a exemplo do das vendas físicas, que alcançaram 3,6 milhões de toneladas de produtos de aço, volume 7% menor frente ao mesmo período do ano anterior. Já a produção de aço, de 4 milhões de toneladas, apresentou 3% de decréscimo.
Segundo o diretor-presidente e CEO, André Gerdau Johannpeter, “o desempenho no primeiro trimestre, excetuando o evento extraordinário, reflete o momento desafiador que a indústria mundial do aço vem enfrentando, em que se destacam o excesso de capacidade instalada e práticas de comércio desleais de alguns países no mercado global. “No Brasil, acreditamos em uma evolução gradual do mercado a partir do segundo semestre de 2017”, afirma Johannpeter.
Já na América do Norte, de acordo com o diretor-presidente, a expressiva entrada de aço importado segue impactando a rentabilidade do setor, mas as perspectivas de crescimento do mercado são positivas.
“Nossas prioridades para 2017 seguirão sendo a geração de fluxo de caixa livre, a seletividade de CAPEX, a redução dos indicadores de endividamento e a estratégia de focar em nossos ativos de maior rentabilidade. Neste ano, formamos uma joint venture na Colômbia e realizamos desinvestimentos no valor de R$ 441 milhões”, enfatiza.
A geração de caixa operacional (EBITDA) consolidada ajustada, de R$ 853 milhões, ficou 8% menor, decorrente do menor lucro bruto, parcialmente compensado pela redução de R$ 205 milhões nas despesas com vendas gerais e administrativas.
A empresa destacou que o resultado do primeiro trimestre foi influenciado pela reversão da provisão para contingência, devido à exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS, constituída de 2009 a 2016. “Essa reversão foi baseada na conclusão do julgamento pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na referida base de cálculo, e está amparada pelo posicionamento dos assessores jurídicos da Companhia de que a probabilidade de perda nas ações em curso passou a ser remota a partir da decisão do STF. Portanto, o efeito líquido dessa reversão e de outras provisões no resultado da Companhia no trimestre foi de R$ 858 milhões”, informou a empresa.
Desinvestimentos e anúncio de joint venture na Colômbia
Os desinvestimentos totalizaram R$ 441 milhões, uma estratégia de focar em seus ativos de maior rentabilidade. Em março, a Gerdau também assinou contrato para criação de uma joint venture, a partir da venda de 50% de sua participação na Gerdau Diaco, na Colômbia, com a Putney Capital Management, que já é sócia em sua operação na República Dominicana. A transação atribuiu à joint venture um valor econômico de R$ 523 milhões, sendo que a parte referente aos 50% da Gerdau soma R$ 262 milhões. Como a transação ainda não está concluída os resultados da empresa ainda contam no balanço do trimestre. A Gerdau também negociou quatro unidades de transformação de aços especiais e cinco plantas de produtos para construção civil nos Estados Unidos, totalizando um valor de R$ 179 milhões.
Com informações do Grupo Gerdau.