Cenário adverso foi responsável por prejuízo líquido de R$43,148 milhões e queda de 38% na produção total no primeiro trimestre de 2017.

A Paranapanema, produtora brasileira de cobre, destacou na divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2017, o reperfilamento de suas dívidas. O objetivo, segundo divulgado pela companhia, é fortalecer a estrutura de capital e a formatação de um plano de capitalização com os acionistas atuais e um sócio estratégico.

Uma das ações da empresa nesse sentido foi a assinatura de um memorando de entendimento não vinculante para a renegociação de dívidas (MoU), além da renovação do standstill por mais 30 dias. “A assinatura do MoU é um passo importante para a Paranapanema e que indica um consenso com os credores quanto às principais resoluções para o alongamento da dívida”, diz a companhia.

A Paranapanema registrou, no primeiro trimestre de 2017, fluxo de caixa livre positivo em R$143,6 milhões, revertendo o resultado negativo de R$320,3 milhões no trimestre anterior.

Os números são resultado da estratégia tomada pela empresa de minimizar os efeitos da redução da produção causada pela escassez de crédito. Segundo o balanço da companhia, o capital de giro no período apresentou redução de 11%, com destaque para redução de 18% nas contas a receber e queda de 17% nos estoques.

O “cenário adverso de crédito” teria responsável pelo prejuízo líquido de R$43,148 milhões. A companhia encerrou o período com receita líquida de R$774,8 milhões e lucro bruto de R$87,3 milhões. Do total de receitas no trimestre, 47,5% foram oriundas do mercado interno (26,8% em 2016) e 51,1% do mercado externo (72% em 2016).

Queda na produção

A produção total registrou queda de 38% na comparação ao primeiro trimestre de 2016, enquanto o uso da capacidade de produção de produtos de cobre na unidade de São Paulo atingiu 71%, contra 61% no primeiro trimestre de 2016, e 57% na produção de produtos de cobre na Bahia, ante 31% em igual período do ano anterior.

Apenas a produção de cobre primário, com menor valor agregado, registrou menor uso da capacidade instalada ficando em 44%, quando que no 1T16 ficou em 93%. Segundo informações da Companhia, esforços foram concentrados na produção dos itens com maior valor agregado, para minimizar o impacto da escassez de linhas de financiamento para o capital de giro. “O tempo ocioso nas plantas industriais foi aproveitado para manutenções pontuais nos meses de fevereiro e março”, detalha a companhia.

Marcos Camara, presidente da Paranapanema, observa que as incertezas quanto à atividade econômica nos Estados Unidos, que poderia compensar a desaceleração chinesa, derrubou a cotação do cobre. No mercado interno, ainda são tímidos os indicadores da retomada das atividades industriais. “As expectativas para os mercados internos e externos acenam para um ano de retomada moderada da produção e dos volumes de vendas. Paralelamente a esses desafios, seguimos focados no nosso plano de renegociação das dívidas”, explica Camara.

“É uma negociação extremamente complexa, porque envolve a reestruturação dos valores com todas as partes interessadas”, conclui, afirmando que vê com otimismo a evolução das conversações.