Queda nos preços e volume de vendas das operações de cimento, suspensão das operações de níquel e apreciação do real, frente ao dólar, foram apontados como causa dos números negativos.
A Votorantim S.A. (VSA) registrou prejuízo líquido de R$ 546 milhões no primeiro trimestre de 2017, frente ao lucro de R$ 144 milhões registrado no mesmo período de 2016. Atuante nos segmentos de cimentos, polimetálicos, alumínio, energia, siderurgia, celulose, agroindústria e finanças, a companhia teve queda de 6% na receita líquida, totalizando R$ 5,85 bilhões.
De acordo com os dados divulgados pela companhia, a redução da receita líquida foi parcialmente compensada pelo aumento no preço dos metais na London Metal Exchange (LME) e pelo maior volume de vendas de alumínio primário no Brasil (um aumento de 28% em relação ao primeiro trimestre de 2016).
Os números negativos seriam resultado, principalmente, da queda nos preços e volume de vendas das operações de cimento brasileiras e pela suspensão das operações de níquel. Além disso, os efeitos da retração da economia brasileira e a apreciação do real frente ao dólar teriam impactado a consolidação dos resultados.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA ajustado) do trimestre foi de R$ 625 milhões, 28% menor que no primeiro trimestre de 2016.
Já os investimentos no período totalizaram R$ 570 milhões, montante 12% menor que no primeiro trimestre de 2016.
“Este ano encerraremos um importante ciclo de investimentos que somaram R$ 14 bilhões nos últimos cinco anos, em projetos de expansão e manutenção dos negócios do nosso portfólio. Alguns desses investimentos já começarão a gerar resultados, que serão notados mais claramente ao longo dos próximos anos”, ressalta João Miranda, CEO da Votorantim S.A.
Os investimentos em expansão representaram 47% do total do Capex do Grupo, dos quais 51% foram para os projetos do segmento de cimentos, com investimentos na Turquia e nos Estados Unidos, 35% para o avanço da construção dos parques eólicos no Piauí, que tem previsão de entrada em operação a plena capacidade em janeiro de 2018 e 14% para os projetos de polimetálicos, com destaque para as obras de extensão da vida útil da mina de zinco em Vazante (MG).
A dívida bruta totalizou R$ 24,2 bilhões e permanece em linha em relação a dezembro de 2016. A dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 15,8 bilhões, 8% maior do que em dezembro de 2016. A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA ajustado dos últimos 12 meses encerrou o trimestre em 3,92x, um patamar acima do considerado confortável pela Companhia. O aumento de 0,49x em relação a dezembro é explicado principalmente pelo menor EBITDA ajustado dos últimos 12 meses.
A companhia encerrou o primeiro trimestre com posição de caixa de R$ 9,1 bilhões, montante suficiente, segundo a empresa, para cobrir os vencimentos das dívidas de quase cinco anos.