DNPM analisa 12 requerimentos de exploração mineral na região, que engloba o Vale do Juruá e parte de Guajará.
A Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Pontes e Lacerda (Compel-MT) tem aguardado há meses a autorização para a lavra do ouro em uma área de 42 mil hectares que abrange as cidades de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, no extremo noroeste do estado do Acre.
A autorização de lavra está tramitando na Secretária de Estado de Meio Ambiente e a empresa se tornou alvo de críticas por parte da população, que acredita que tal atividade oferece risco de segurança aos municípios envolvidos. Na última semana a cooperativa publicou nota se posicionando perante a situação.
A empresa negou que “a paralisação de toda atividade de extração de areia, brita e argila na região de Cruzeiro do Sul” tenha a ver com a cooperativa ou com o pedido da concessão emitido, sendo, na verdade, trabalho de uma fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A nota, assinada pelo presidente da Compel, Wesley Pereira, explica que a suspensão e o pedido feito pela empresa são coisas diferentes.
“Jamais uma cooperativa criada para que seus descobridores e toda a população de Pontes e Lacerda tenha acesso a este importante bem mineral [ouro], iria provocar a paralisação de toda atividade de extração de areia, brita e argila na região de Cruzeiro do Sul”, diz a cooperativa.
Mas, confirmou que a Compel tem interesse em explorar ouro. “Requeremos sim um bloco de áreas, que estavam livres, e disponíveis para ser requerida por qualquer brasileiro, empresa ou cooperativa de garimpeiros do país, a fim de fazer uma prospecção e exploração de minério de ouro, nossa principal vocação”, esclarece.
O pedido de exploração foi realizado após pesquisas feitas pela empresa, que segundo a mesma apontam grande potencial no Vale do Juruá.
“Como não temos o interesse de prejudicar ninguém, principalmente quem já tem vultosos investimentos na exploração local, estamos absolutamente abertos a promover e auxiliar a regularização de todas as áreas de exploração, que não estavam devidamente regularizadas”, explica. A cooperativa acrescentou ainda sobre o interesse em ajudar no desenvolvimento da região. Caso a concessão seja dada, a expectativa é que se criem 2 mil vagas de emprego, de forma direta e indireta.
Ainda segundo a Compel, o processo de liberação ainda está em análise e serão estudadas formas de não degradar o meio ambiente e respeitar a população na região.
“A cooperativa presa e trabalha visando também o meio social, com projetos a serem apresentados à população local, prefeitura e câmara de vereadores dos municípios envolvidos, para que possam ter conhecimento e acompanhar a seriedade dos trabalhos da Compel”, finaliza.
Segundo o DNPM, atualmente existem 12 requerimentos de permissão de lavra garimpeira para o ouro na região do Vale do Juruá. A área de exploração desses pedidos, somadas, chegam a 110 mil hectares.
No caso das atividades suspensas na cidade de Cruzeiro do Sul, o departamento alegou que a fiscalização constatou que as empresas extraíam recursos minerais (argila ou areia) sem autorização necessária, sendo que a área apta para exploração não era respeitada. Com as atividades paradas, os empresários alertam para uma onda de demissões no setor. A expectativa é que 150 pessoas sejam demitidas.